Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Mares, Ares e Companhia Ilimitada


Mares, Ares e Companhia Ilimitada, é uma empresa na hora, para todas as horas. O capital social é de um milhão de sonhos, depositados no banco de madeira com vista para a falésia. A conta corrente quebrou a corrente e corre, livre, à frente do vento. O escritório, sem paredes nem tecto, tem as janelas do mundo sempre abertas. O cofre é tão forte que as acções valem mais que as palavras. O gerente não tem hora de entrar porque está sempre fora de si de satisfação. A empresa não paga impostos porque ali nada é imposto, é tudo feito de livre vontade. O lucro ainda não foi apurado porque a felicidade não deixa tempo livre para essas coisas. A inspecção nunca lhes bateu à porta porque nem porta têm. As actas das assembleias começam sempre nas entradas e acabam sempre nos digestivos. Distribuem os dividendos multiplicando a felicidade de todos.
Um dia a empresa faliu. O funeral é amanhã.