Pensamentos soltos, escritos na varanda da imaginação
Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
Primeira saída pós-quarentena: Lagoa Azul, serra de Sintra.
Na verdade é uma segunda tentativa, já lá tinha ido mas era sábado, nem havia lugar para parar o carro.
Agora é quarta feira, nove e cinquenta da manhã.
A esta hora já há dez carros no pedaço de terra porco e torto a que chamam "estacionamento".
Lixo no chão, incluindo máscaras.
Vai ficar tudo bem, dizem eles.
A quarentena acabou ainda só há um dia e já estou com saudades dos meus serões musicais.
De fora ficou o cavaquinho, a flauta, a pandeireta, o baixo, os bongós, o violino, a gaita de beiços...
Mas eu hei-de voltar a atacar!
E para acabar a quarentena temos a sinfonia inacabada.
Foi pouco tempo e passou tão rápido que nem tive tempo de acabar a "minha" sinfonia.
Ainda há um resto de trabalho pela frente até a conseguir acabar.
Tem um erro grosseiro mesmo no fim, o penúltimo "acorde" da mão direita saiu um pouco ao lado.
Mas já ando a tentar gravar isto há três dias e não sai bem, agora a paciência acabou-se, vai mesmo assim.
Parece um limoeiro, tem folhas como um limoeiro, comprei-o como se fosse um limoeiro, tem até (ainda) uma etiqueta no tronco a dizer "limoeiro", mas não dá limões, só flores.
Esta é mais uma delas.
Vestígios ainda do meu falhanço como costureiro-mor.
Apesar das picadelas nos dedos não fui capaz de fazer uma máscara.
Ficou uma coisa parecida com a pala do olho do Camões.