Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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segunda-feira, 11 de maio de 2020

Quarentena, parte 44



Video do dia 01-05-2020

E não sobrou ninguém, poema de Martin Miemöler.

domingo, 10 de maio de 2020

Quarentena, parte 36



Video do dia 22-04-2020.

O livro:

terça-feira, 5 de maio de 2020

Quarentena, parte 20



Vídeo do dia 05-04-2020.
Стихотворение Александра Пушкина, Если жизнь тебя обманет.
Poema de Alexandre Pushkin, Se a vida te desiludir.

O mesmo poema mas com uma pronúncia melhor do que a minha:
https://www.youtube.com/results?search_query=%D0%95%D1%81%D0%BB%D0%B8+%D0%B6%D0%B8%D0%B7%D0%BD%D1%8C+%D1%82%D0%B5%D0%B1%D1%8F+%D0%BE%D0%B1%D0%BC%D0%B0%D0%BD%D0%B5%D1%82

https://www.youtube.com/watch?v=DTxbi_ak10s

https://www.youtube.com/watch?v=tD1ZC4dTW8Q

terça-feira, 28 de abril de 2020

Poesia em quarentena II



E para terminar o Dia Mundial da Poesia, e lembrando a primavera que começou no dia anterior,  mais um poema, desta vez em russo, de Alexandre Pushkin, intitulado "Primavera, primavera, tempo de amor".


Poesia em quarentena I



Em colaboração com a página do Facebook Peña Mourisca, mais uma leitura de poesia no Dia Mundial da Poesia, 21-03-2020.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Talvez um dia



Talvez um dia
Contra ventos e marés
A terra acorde já seca
Sem a água do seu rio.

Talvez um dia
Quando os peixes protestarem
Deixe de haver pescadores
Deixe até de haver rio.

Talvez um dia
Quando os barcos atracarem
As cordas e as correntes
Os prendam ao próprio rio.

Talvez um dia
Para lá da Lua Cheia
Não haja ondas nem espuma
Só o leito seco do rio.

Talvez um dia
As colunas deste cais
Se ergam, tristes, do fundo
Onde antes era um rio.

Talvez um dia
Até as próprias gaivotas
Se recusem a pescar
Nas águas secas do rio.

Talvez um dia
Deixe até de haver memória
E ninguém saiba ou recorde
Que aqui havia um rio.

2016

sábado, 28 de outubro de 2017

Debaixo da ponte


Vês o mundo ao contrário?
Deixa lá, é temporário
Há mais mundo, mais contrários,
Há mais gente como tu.
Vês a imagem distorcida?
Deixa lá, é assim a vida
Em tudo há distorção
E há mais gente como tu.
Não aceitas o que vês?
Deixa lá, só esta vez
Procura, informa-te, junta-te,
É que há mais gente como tu.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Jeovás


Jeovás
Não vás
Deixa o mundo em paz
Guarda os papelinhos
Recolhe os teus livrinhos
O que o mundo precisa é de miminhos


sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Eu que nunca pesquei um peixe


Não partam já
Ainda agora o mar chegou
Podemos lavar as mãos
Tirar a areia dos pés
Depois escolher o lugar
Espetar a cana no chão
Lançar o isco e o anzol
Desenrolar toda a linha
E enquanto o Sol se deita
Na areia branca das praias
Do outro lado do mundo
Aguardamos pela Lua
Imersos na escuridão
Temendo os monstros marinhos
Fruto da imaginação
Das sombras e reflexos
Do mar sempre em movimento
E o ribombar da maré
Que o vento por seu trabalho
Amplifica até cem vezes.
Sentados numa cadeira
Esperamos um sinal
Um puxão, esticão na linha
Que nos faça levantar
E sentir que já está ganho
O dia, por uma noite.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

A rua do meio


Quando um dia te fartares
De por a roupa à janela
Só tens de mudar de ares
Ir viver p'ra casa dela

Sei que estás habituado
Viver em casa sozinho
Gostas de ir a todo o lado
Percorrer qualquer caminho.

A tua rua do meio
É o mundo onde cresceste
Não é bonito nem feio
É onde tudo aprendeste.

Sei que és um renitente
Não queres mudar de vida
Não trocas o teu presente
Por uma viagem só de ida.

Por isso lá da janela
Onde a roupa está estendida
Vês ao longe a rua dela
Que por ti já foi esquecida.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Caminho para outro lado


... Sigo um trilho que não vejo
Um caminho que não sei
Ando por montes e vales
Salto pedras, cruzo valas
Corro ruas e avenidas
Becos de fraca memória
Guia-me a Estrela Polar
E a trajectória do Sol
Sigo em busca do infinito
Procuro a Natureza
Sem relógio nem ponteiros
Nem setas obrigatórias
O que fizer amanhã
Depende de onde for hoje...



domingo, 11 de dezembro de 2016

O jardim das árvores tristes


A noite anoiteceu mais cedo
O vento soprou devagar
Caem folhas sob o luar
Ninguém sabe qual o segredo.
Não se sabe por que meio
Chegou a notícia triste
A alegria não existe
Porque hoje ela não veio.

domingo, 21 de agosto de 2016

O destino


O destino tem patas de gigante
E corre sete léguas de uma vez
O que quero está já tão distante
Mais que um quilómetro ou dois ou três.

O destino sempre a pregar partidas
Promete coisas que não vai cumprir
Da decepção ficaram as feridas
As ilusões deixaram de existir.

De corrida em corrida assim cansado
Percorro o meu mundo à deriva.
Eu sei que estou um bocado atrasado

Mas tenho a minha mente ainda activa
E depois de um sono mais descansado
Tenho à espera esta vida ‘inda tão viva.



quarta-feira, 17 de agosto de 2016

The clown

                                    Foto: autor desconhecido (mas com a minha máquina)

I am just a clown, always telling jokes
There's no fun at all when the clownman spokes
I don't understand what the life's about
May be after death I can find it out.

If there's dignity I should fight for it
I don't wanna be one more hypocrite
I will got no friends, I know how things work
I'm prepared to live immersed on this murk

Now is late to change, no one cares at all
I can read the signs written on the wall
And above the things I have planned to do

Lays the happiness, yes it's really true.
Just depends on me stay out of the crowd
And be as I am makes me very proud.

Escrito em 16 Agosto 2016.
O corpo, uma parte dele pelo menos, estava em Mem Martins, a cabeça estava noutro lado.


quinta-feira, 14 de julho de 2016

Praia das ondas claras


Há uma praia onde as ondas
Vestidas de claro branco
Irrompem na areia a sorrir
Trazendo os cheiros do mar
A espuma desfaz-se em canções
De ouriços e estrelas do mar
E os salpicos são flores
Que atiram ao passar.
Há uma praia com ondas
Perfumadas de marés
Correm na areia, suaves
Vem-te molhar os pés


quinta-feira, 30 de junho de 2016

Para lá do outro lado


Havia um banco vazio,
Nenhum de nós se sentou.
Tinha-se instalado o frio,
No vento que então soprou.
E quando o dia partiu,
À hora que o Sol marcou,
Partimos sem dizer nada.
Estava a conversa acabada.

Cada esquina é um começo,
De uma rua a inventar,
Como arma de arremesso,
Com que temos que lutar.
É este o nosso preço,
Se nos queremos libertar.
Há vida além deste fado,
Para lá do outro lado.



domingo, 20 de março de 2016

Sombras de luz


Já as sombras desciam devagar
Envolvendo em penumbra o fim de tarde
Fazendo o pensamento divagar,
Absorto na lareira que ali arde.

Já as sombras desciam e os ponteiros
Marcavam uma hora aproximada,
Foi-se o vento, caiam aguaceiros,
Tu não vinhas e nem dizias nada.

A garrafa já ia em metade,
E nem a noite ainda começou,
Fui buscar mais uma porque a vontade

De estar aqui contigo terminou.
Deixa lá que não vai haver saudade,
Foi um sonho lindo que se esfumou.


domingo, 28 de fevereiro de 2016

A menina do saco


O que tras no saco que a faz esperar?
O que tras na mente que lhe prende o olhar?
O que tras na alma que a faz suspirar?
O que tras na memória que a leva a chorar?
Pode uma presença fazê-la falar?
Pode um desejo fazê-la vacilar?
Pode uma vontade fazê-la abdicar?
Pode uma palavra levá-la a acreditar?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A lareira






Não és mais que uma brasa apagada
Esquecida a um canto da lareira.
Fui eu que te apaguei de madrugada
Com as lágrimas que deitei sobre a fogueira.

Partiste sem adeus, sem dizer nada
Levaste a minha esperança toda inteira.
Só deixaste aqui ficar, desarrumada,
Uma pitada de saudade passageira.

O tempo vai conseguir apagar
As memórias qu’ ainda permanecem
E lenha nova acaba de chegar

P’ra queimar as lembranças que não esquecem.
Fogo lento que queima devagar,
Aquece quando as noites arrefecem.