Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sábado, 31 de agosto de 2013

O caminho sem saida

                            Termas de Carvalhelhos, 21 Junho 2010

Ia percorrendo o caminho com passos ligeiros, quase apressados, embora não tivesse pressa, era antes a ansiedade de chegar ao destino pretendido, agora que o pressentia aqui tão perto. A ausência de pressa justificava-se também com a necessidade de pensar, tentava antecipar o que iria fazer e dizer quando chegasse. A confiança era aparente por isso ia mentalmente repetindo gestos e frases. De tal forma ia absorto nos seus pensamentos que nem reparava no caminho que, apesar de ser novo para si, ia percorrendo como se de um hábito enraizado se tratasse. Talvez fosse o instinto que o guiasse.
Olhando para a frente pareceu-lhe que faltava apenas uma curva, uma ligeira hesitação fez abrandar a marcha, como se receasse continuar, porém quase de seguida respirou fundo e atirou-se para a frente, para a curva que pensava ser a última...

Junto ao caminho havia uma pedra e foi aí que se sentou, com as pernas semicruzadas os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos no queixo. Não era cansaço, porque não estava cansado, era mais o desânimo. À sua frente tinha um muro, o fim do caminho, o fim de mais um caminho sem saída.