Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Conto "Razão de existir"


Dei cabo de um fascista. Foi só no plano virtual, mas é melhor que nada. Todos temos a obrigação de contribuir para a construção de um mundo melhor, e no plano virtual também se fazem muitas coisas boas.
Com o retrocesso civilizacional a que temos assistido nos últimos tempos, todas as migalhas contam e todos somos necessários para combater as forças que nos querem de novo na idade das trevas.

A minha parte da história, o capítulo XI, está neste link:
http://contospartilhados.blogspot.pt/2016/05/razao-de-existir-capitulo-ix_25.html

mas a verdade é que se só lerem este bocado não vão perceber nada, o melhor é puxarem o cursor para trás e lerem a história desde o princípio.

sábado, 1 de março de 2014

Acrescenta um ponto ao conto, volume 1


Foi hoje lançado o livro Acrescenta um ponto ao conto, volume 1.
Trata-se de um conjunto de três contos, que têm a particularidade de terem sido escritos por vários autores, que pelas mais variadas razões se foram conhecendo, de uma forma real ou virtual, e decidiram aderir a este projecto idealizado pela nossa amiga comum Luisa Vaz Tavares.


Cada conto é composto por vários capítulos, cada um dos quais escrito por um dos autores, dando continuidade ao capítulo inicial.


Desta amálgama de vivências, convivências, sensibilidades, experiências, todas diferentes mas todas orientadas para um fim comum, resultam histórias que... bom, o melhor é lerem, eu sou suspeito para estar a falar porque sou um dos autores.


Os direitos de autor desta obra revertem a favor da Liga dos Amigos do Hospital de Portalegre.


Algumas destas fotos não são minhas, foram tiradas pela Fátima Ribeiro e estão devidamente assinaladas.
Obrigado Fátima, pela partilha.


Endereço da Pastelaria Studios Editora:
http://www.pastelariastudios.com/index.html






domingo, 1 de setembro de 2013

A porta

                               Convento de Cristo - Tomar, 13 Julho 2008

O corredor era comprido e tinha ao fundo uma porta, sempre fechada.
Nunca abras aquela porta, senão...
O próprio corredor não era sitio que se pudesse frequentar muitas vezes em carne e osso, era apenas palco da imaginação de quem procurava um espaço amplo para desenvolver as actividades próprias da sua idade.
As referencias à porta sempre fechada eram invariavelmente acompanhadas de reticências. E que reticencias.
Já conhecia todos os tons em que as reticencias podiam ser interpretadas. Havia as maiores, as menores, com sustenido, com bemol...
Não faças isso, senão...
Não digas isso, senão...
Come tudo, senão...
Não vás para ali, senão...
Vai estudar, senão...
Não vistas isso, senão...
Mas em relação à famosa porta, eram sempre produzidas em tom de sétima aumentada. E em registo fortíssimo.
A seguir às reticencias vinha sempre, se fosse caso disso, o ponto de exclamação.
As reticencias podiam ser contornadas, mas ao ponto de exclamação não se conseguia escapar.
E por isso a porta manteve-se estanque aos olhares indiscretos até hoje. Porque mesmo com reticencias, se aparecesse o ponto de exclamação seria o último. Estava decidido.
A porta, aquela porta, aquela porta que estava sempre fechada, foi aberta. Apenas para se ficar a saber que não conduzia a lado nenhum.
Que diferença é que isso faz agora?


sábado, 31 de agosto de 2013

O caminho sem saida

                            Termas de Carvalhelhos, 21 Junho 2010

Ia percorrendo o caminho com passos ligeiros, quase apressados, embora não tivesse pressa, era antes a ansiedade de chegar ao destino pretendido, agora que o pressentia aqui tão perto. A ausência de pressa justificava-se também com a necessidade de pensar, tentava antecipar o que iria fazer e dizer quando chegasse. A confiança era aparente por isso ia mentalmente repetindo gestos e frases. De tal forma ia absorto nos seus pensamentos que nem reparava no caminho que, apesar de ser novo para si, ia percorrendo como se de um hábito enraizado se tratasse. Talvez fosse o instinto que o guiasse.
Olhando para a frente pareceu-lhe que faltava apenas uma curva, uma ligeira hesitação fez abrandar a marcha, como se receasse continuar, porém quase de seguida respirou fundo e atirou-se para a frente, para a curva que pensava ser a última...

Junto ao caminho havia uma pedra e foi aí que se sentou, com as pernas semicruzadas os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos no queixo. Não era cansaço, porque não estava cansado, era mais o desânimo. À sua frente tinha um muro, o fim do caminho, o fim de mais um caminho sem saída.