Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Para além da grande nuvem


- Uma vez foste por ali fora e eu fui atrás de ti, lembras-te?
- Sim, és mesmo idiota.
- Não sei o que me passou pela cabeça, quando te vi ir em direcção ao mar.
- Além de idiota não tens confiança em mim; como se eu fosse fazer alguma coisa…
- Eu sei, desculpa. Não te queria perder, era só isso.
- Estragaste-me o meu momento. Tudo o que eu queria era poder sentar-me ali e ter o tempo e o espaço todo para mim, ficar sozinha com o infinito à minha frente, apenas com a companhia das gaivotas, do vento, dos salpicos das ondas. Na altura fiquei a detestar-te, sabias?
- O que te fez mudar de ideias?
- Tenho frio. E não tarda está a chover, olha só aquelas nuvens. Vamos para dentro do carro.
- Não respondeste à minha pergunta.
- Tenho as mãos geladas, vês? Oh, mas as tuas estão quentes, como consegues com este frio? Aquece-me, anda. Se fico aqui mais tempo ainda me constipo, eu nem devia ter vindo porque já me doía um pouco a garganta e…