Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Sebastião o indesejado


As pernas cansadas levaram-no a sentar-se numa pedra. Não era o sítio mais apropriado porque estava molhada devido à humidade no ar, mas não havia outro local e o cansaço era muito.
À falta de cajado, apoiou-se no tripé da máquina fotográfica. Inclinou-se para a frente e apoiou a testa nas costas das mãos. Fechou os olhos por uns instantes e viu o nevoeiro por dentro. Abriu-os e viu o nevoeiro por fora. Estava cercado. Apenas distinguia os vultos das árvores no meio do silêncio cinzento que o rodeava.
Ocorreu-lhe uma ideia: e se desaparecesse no nevoeiro? De certeza que ninguém daria pela sua falta.