Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sábado, 28 de setembro de 2013

À espera do que não vem

                                                              Algures perto de Baião, 21 Junho 2010

Não posso dizer que não gosto de bruxas. Há uma de que gosto, muito. Mas ela não sabe, nunca lhe disse.

Eu sei que se ela alguma vez olhar para mim com outros olhos que não sejam os de ver, será para me usar como ingrediente no seu caldeirão de poções borbulhantes e fumegantes.

Coitada, ela até nem é má rapariga, mas tem o defeito de acertar quando fala de mim. E há uma que me está atravessada, há muitos anos. Agora voltou a falar, e sei que vai acertar. Mas agora já nada me interessa, não me preocupo se falhar, a menos que as coisas não sejam como (me) parecem ser.

Eu gosto da bruxinha porque ela é como eu, também acerto muitas vezes, infelizmente é sempre no lado errado da noite.

Sempre que vejo a Lua, e vejo-a muitas vezes, sempre que posso, imagino-a a passar sentada na sua vassoura voadora.