Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ao luar


Do norte vinha a massa de ar que enchia de frio a escala do termómetro. De nordeste vinha o vento que fazia enregelar o mais espesso agasalho. Do alto vinha a chuva que molhava até aos ossos.
Indiferente à chuva, ao vento e ao frio, um ser minúsculo na imensidão das ruas vazias caminhava agarrado a um guarda chuva que já conhecera melhores dias e ameaçava a todo o momento transformar-se num morcego com uma só asa e sair voando ao sabor das rajadas de vento.
A parede junto da qual passava protegeu-o temporariamente do vento o que lhe permitiu segurar o guarda chuva com uma só mão, enquanto a outra tirava o telemóvel do bolso do casaco, apenas para verificar que, segundo o Sports Tracker, ainda lhe faltavam sete minutos de caminhada.
Estava quase.