Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Psicologia do frio


O frio é psicológico, só pode. Está frio mas nada de extraordinário ou invulgar.
Já suportei temperaturas mais baixas, já pratiquei atletismo com temperaturas negativas, e nunca tive tanto frio como agora.
Ou então é da idade, sei lá.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Frio


Está um frio que não se pode. E os pés estão completamente gelados.
O que é que se faz numa situação destas?
É simples: faz-se um chá.
A água quente vai por ali abaixo, até mesmo ao fundo e acaba por aquecer os pés.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Água fria de azul


Primeiro um pé, para se habituar à temperatura, depois o outro. Quando deu por ela estava submerso até aos tornozelos. A subida da água até aos joelhos foi mais demorada. O líquido estava ali ao Sol mas não havia meio de aquecer. Hesitou em molhar os calções. Talvez não fosse bom para a saúde. Deus uns passos pela pequena lagoa. Percebeu que se avançasse a água subiria. Inversamente, recuando acabaria por se por a salvo da temperatura do termómetro. Foi isso que fez. Estava o banho tomado.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Descendo a serra


Era quase noite. O vento soprava com intensidade. O frio acentuava-se a cada minuto que passava. O caminho era sinuoso e estreito, o que dificultava o avanço.
Por enquanto não chovia, mas era uma questão de tempo, pois descendo a serra, grossas nuvens aproximavam-se com rapidez empurradas pelo vento norte.
Era uma corrida contra o tempo. Quem chegava primeiro a casa, eu ou o nevoeiro?


terça-feira, 22 de dezembro de 2015


Dei-te o meu casaco de folhas e fiquei despido.
E a noite está fria.
A culpa é minha, eu sei. Dei porque quis, tu não me pediste nada. Nem querias, só aceitaste para ser simpática.
Não te preocupes que as folhas hão-de crescer outra vez. E se não morrer enregelado até lá hei-de renascer mais forte.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A velhice


Os sintomas são vários e amplamente reconhecidos. O mais óbvio mas também o menos importante é o bilhete de identidade. Temos depois o cabelo branco ou a ausência de cabelo, as rugas, as doenças que vão batendo à porta e por aí fora.
Nada disto me preocupa muito, é o normal. O que me chateia mesmo é o pijama. Uma vida inteira a dormir de t-shirt e de cuecas e a partir de certa altura tenho que comprar um pijama e dormir com meias porque já não dá para aguentar o frio.
Isto sim, é frustrante.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ao luar


Do norte vinha a massa de ar que enchia de frio a escala do termómetro. De nordeste vinha o vento que fazia enregelar o mais espesso agasalho. Do alto vinha a chuva que molhava até aos ossos.
Indiferente à chuva, ao vento e ao frio, um ser minúsculo na imensidão das ruas vazias caminhava agarrado a um guarda chuva que já conhecera melhores dias e ameaçava a todo o momento transformar-se num morcego com uma só asa e sair voando ao sabor das rajadas de vento.
A parede junto da qual passava protegeu-o temporariamente do vento o que lhe permitiu segurar o guarda chuva com uma só mão, enquanto a outra tirava o telemóvel do bolso do casaco, apenas para verificar que, segundo o Sports Tracker, ainda lhe faltavam sete minutos de caminhada.
Estava quase.