Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Quarto crescente


Foi por uma unha negra que não chocaram os dois, à luz pálida e tímida da unha luminosa em que ciclicamente se transforma a Lua no seu deambular errante, constante e infinito, pelo espaço.
Um ia a entrar, o outro ia a sair e ali ficaram os dois, não porque por vontade própria o tivessem planeado, mas porque o destino a isso os conduziu.
O momento era propício a que se ouvisse o esvoaçar de um morcego ou o piar de uma coruja, mas apenas o matraquear constante de uma cigarra quebrava o silêncio. O um porque não tinha nada a dizer, o outro porque timidamente não sabia o que dizer.

O que ia a entrar entrou, o que ia a sair saiu, e a Lua ali ficou a derramar a sua pálida luz de quarto crescente.