Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Dia de ensaio



Tanto trabalho para nada.
O "concerto" foi adiado, ou cancelado, ou sei lá o quê.

Músicas no video: Feelings de Morris Albert e The Entertainer, na versão de Chet Atkins.

sábado, 20 de julho de 2019

Baco


E não nos deixais cair na tentação de não beber por pensar que é para bem da saúde.

sábado, 13 de julho de 2019

A linha que nos separa



Andar na linha nem sempre é a melhor solução. Mensagem para cá, mensagem para lá, e a maior parte das vezes não se passa disso.
As linhas actuais não ligam, prendem. É a prisão sem grades de onde ninguém quer fugir. Talvez só os pássaros as compreendam na totalidade, porque não lhes servem para nada, nem para pousar.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Talvez um dia



Talvez um dia
Contra ventos e marés
A terra acorde já seca
Sem a água do seu rio.

Talvez um dia
Quando os peixes protestarem
Deixe de haver pescadores
Deixe até de haver rio.

Talvez um dia
Quando os barcos atracarem
As cordas e as correntes
Os prendam ao próprio rio.

Talvez um dia
Para lá da Lua Cheia
Não haja ondas nem espuma
Só o leito seco do rio.

Talvez um dia
As colunas deste cais
Se ergam, tristes, do fundo
Onde antes era um rio.

Talvez um dia
Até as próprias gaivotas
Se recusem a pescar
Nas águas secas do rio.

Talvez um dia
Deixe até de haver memória
E ninguém saiba ou recorde
Que aqui havia um rio.

2016

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Abelhómetro



Este é o meu abelhómetro. Mede a quantidade de abelhas. E neste momento o ponteiro está no zero. O depósito está vazio.

As flores há muito que abriram, já fecharam, já desapareceram e nenhuma abelha as veio polinizar. Quer dizer que não vou ter abóboras.

Comecei com as minhas lides hortículas há quatro anos e nessa altura ainda havia por aqui abelhas em quantidade razoável, sobretudo na época de floração das laranjeiras, mas de ano para ano têm vindo a diminuir, até quase desaparecerem.

Eu tentei a inseminação artificial, uma espécie de abóbora-proveta, que é feito da seguinte forma: com um pincel esfreguei sucessivamente o interior das diversas flores na esperança de que o pólen de uma passasse para outra, mas sem resultado.
Talvez o problema seja meu que não sei esfregar bem :(