Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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segunda-feira, 30 de outubro de 2017
O barco vai de saída
"Ah mas que ingrata ventura
Bem me posso queixar
da Pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai quebra-mar
Com tantos perigos ai minha vida
Com tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida"
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Na busca eterna da razão
Hoje
o que saísse da ponta da caneta era merda. Em alternativa aqui fica uma
lembrança do álbum "Mistérios e maravilhas" dos Tantra.
À
beira do fim
Tu
que corres espirais sem fim
E
no agora me encontraste
Ouve
bem o que te vou dizer
Tu
foges do teu tempo
Não
tens mais onde te esconder
Apenas
te resta viver
Fecham-se
as portas
Do
tempo futuro
Temes
as sombras do teu passado
À
beira do fim
Como
monstros abandonados
Nas
margens de um sonho perdido
À
beira do fim
Como
filhos de um pesadelo
Na
busca eterna da razão
Tu
e eu aqui suspensos
Sobre
o vazio
Filhos
cibernéticos
Criados
para sofrer
Sobrevivemos
Deixemos
a ilusão
Comecemos
a viver
A
razão
Tu
que viajas no ventre do tempo
E
agora me encontraste
Ouve
bem o que é que vou dizer
À
beira do fim
Como
monstros abandonados
Nas
margens de um sonho perdido
À
beira do fim
Bandeirantes
da loucura
Na
busca eterna da razão
sábado, 7 de fevereiro de 2015
Um pouco mais de sol e era verão
Eram horas de me levantar. Começava a sentir o rabo
molhado com a humidade da areia. Não falando do frio que começava a sentir. O
Sol já tinha baixado para além das rochas da costa e o areal estava à sombra.
Não foi muito produtiva a minha ida até à praia.
Sossego é uma palavra que conheço do dicionário. Talvez que se eu tivesse
dinheiro para comprar um bilhete só de ida para Timbuctu pudesse encontrar
sossego. Mas aqui, no meio da merda…
E quando falo em merda, é merda mesmo: cagalhões,
fábricas de cagalhões com pulgas e donos das fábricas de cagalhões com pulgas.
Três vezes merda.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
A memória tem destas coisas
Era uma simples caminhada ao longo da
costa. Parava, ficava ali uns minutos especado a ver o Sol descer lentamente
sobre o horizonte, caminhava mais um pouco, parava de novo, voltava a caminhar,
e assim sucessivamente ao longo de algumas centenas de metros.
Quando parava podia observar a paisagem
toda em redor, porém ao caminhar tinha que olhar apenas para o chão. Estava
farto de tornozelos torcidos e roturas de ligamentos. É que o caminho não era
nada fácil: terra batida, pedras, buracos, regos da água da chuva, ervas, mais
pedras, mais buracos…
Foi depois de caminhar mais uns metros que
parei, levantei os olhos, e quando esperava voltar a ver à minha frente apenas
mar, linha do horizonte e o Sol quase a pôr-se, que a vi.
Não, não vi nada, apenas pensei que a vi,
tal a semelhança do aspecto da paisagem. Entre mim e a linha do horizonte um
arbusto feito de ramos sem folhas, atrás do qual ninguém se podia esconder, mas
onde ela fingia que se escondia de mim.
Lembras-te, estupor?
Agora não estava ali ninguém, era apenas a
minha memória a pregar-me partidas.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Entre duas águas
Por entre a água do mar e a das nuvens, passa a luz do Sol que se despede de mais um dia. A sua luz era necessária, pois há uma busca em curso. Mas a escuridão é mais necessária ainda, porque serve para manter o ciclo imutável e interminável dos dias e das noites, fundamentais para a manutenção da existência.
(Praia das Maçãs, durante as buscas pelos pescadores desaparecidos no naufrágio)
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