Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
Mostrar mensagens com a etiqueta lápis. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta lápis. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Sem tinta


Quantas palavras, frases e ideias já saíram daquele bico. Quantos riscos, rabiscos e rascunhos. Quantos pensamentos e sentimentos.
Tantas coisas que se dizem ou escrevem, e tantas que ficam por dizer e escrever.
E o que falta parece ser sempre o fundamental. Falta sempre aquela palavra que poderia mudar o destino.
Até que, calam-se as vozes, já nada há para dizer, seca a tinta, já nada há para escrever.

O bico há-de aparecer um dia partido, no chão. Tal é a raiva.

domingo, 12 de outubro de 2014

O lápis


Pegou no lápis e rabiscou umas quantas palavras. Levantou a cabeça do papel e olhou para o relógio. Ainda não estava na hora, teria que esperar mais um bocado. Voltou a pegar ano lápis e continuou a escrever até ter bico. Um movimento mais brusco ao colocar um ponto final fez com que o bico se partisse. E estava fora de casa, não tinha como afiar o lápis.
Sim, estava irritado. Na verdade, o que estava mesmo era frustrado, desiludido, e isso é que lhe causava irritação. E a irritação reflectia-se na escrita.
Impossibilitado de escrever, resolveu reler a folha que tinha à frente. Nada daquilo fazia sentido, pensou quando acabou de ler. Mas também era verdade que não esperava que alguém lesse, escrevia apenas para passar o tempo, enquanto esperava pela madame.
Esperar era a sua especialidade. Esperava por alguém que não vinha, por algo que não acontecia. Esperava ter a coragem necessária para mudar.