Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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sexta-feira, 23 de setembro de 2016
Sonho de criança
Lembro-me que se chamava Susana, tinha um nariz pequeno arrebitado e um primo que não gostava nada que eu falasse com ela.
Depois, na passagem da escola primária para o ciclo, desapareceu, mais o respectivo primo. Mudou de escola? Mudou de casa? Mudou de vida?
Para mim a vida mudou, pois que deixei de a ver.
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
A mudança II
Mais uma mudança, mais uma viagem. Uma vida
velha a (re)começar de novo.
Ainda não mudei quase nada e já me doem as
costas e as pernas de tanto subir e descer escadas.
Parei um bocado para pensar e cheguei a uma
constatação curiosa: assim a olho, calculo que uns setenta ou oitenta por cento
dos meus pertences são pacotes de açúcar, muitos (quando digo muitos é muitos
mesmo) ainda cheios porque não consigo arranjar tempo para os esvaziar.
Estou a ficar um bocado farto disto, se
voltar a ter de mudar vai tudo fora. Da despensa à sala, passando pela cozinha
e pelo quarto de dormir, tenho pacotes de açúcar em todo o lado. Felizmente só
tenho estas quatro divisões, caso contrário sei lá até onde iria a colecção.
Quando acabar de mudar as caixas de açúcar
e as pastas de arquivo só falta o resto. E o resto é fácil, é tão pouca coisa.
domingo, 8 de novembro de 2015
A mudança
O caracol transporta consigo o que é indispensável à sua existência.
O humano transporta consigo, e com todos os outros humanos dos quais se rodeia nestas circunstâncias, o que é supérfluo para a sua degenerescência.
domingo, 18 de janeiro de 2015
A caminhada III

E pronto! Algum dia tinha que ser. Foi ao 46º dia que falhei e não fiz a minha caminhada diária. Foram 45 dias seguidos a caminhar sem ir a lado nenhum.
O objectivo agora é recomeçar de novo e ultrapassar essa marca.
Um dia, quem sabe, talvez caminhe para ir a algum lado.
A ausência da caminhada não foi no entanto a única particularidade negativa no dia de ontem. Não arranjei tempo nem vontade para a minha prática diária de guitarra.
Foi um dia de mudança. Mudança em relação ao passado recente. Porque mudou a parte mais importante que podia ter mudado: o pensamento.
sábado, 20 de dezembro de 2014
Um simples pormenor
Um pormenor é sempre pequeno. Pequeno no
sentido de que é uma parte do todo. É portanto relativo. É no entanto uma das
partes que constituem o todo e sem ele o todo não o seria porque estaria
incompleto.
Um pormenor faz a diferença mas não
substitui a importância que o todo tem. Da mesmo forma o todo vale apenas pela
soma de todas as suas pequenas partes.
Dito isto, depreende-se que as mudanças
ocorrem quando algum pormenor origina que o todo no seu conjunto perca o valor
que lhe era atribuído, ou faça com que o objectivo final seja diferente do que
era esperado, ou ainda quando o rendimento fica aquém das expectativas.
domingo, 12 de outubro de 2014
O lápis
Pegou no lápis e rabiscou umas quantas
palavras. Levantou a cabeça do papel e olhou para o relógio. Ainda não estava
na hora, teria que esperar mais um bocado. Voltou a pegar ano lápis e continuou
a escrever até ter bico. Um movimento mais brusco ao colocar um ponto final fez
com que o bico se partisse. E estava fora de casa, não tinha como afiar o
lápis.
Sim, estava irritado. Na verdade, o que
estava mesmo era frustrado, desiludido, e isso é que lhe causava irritação. E a
irritação reflectia-se na escrita.
Impossibilitado de escrever, resolveu reler
a folha que tinha à frente. Nada daquilo fazia sentido, pensou quando acabou de
ler. Mas também era verdade que não esperava que alguém lesse, escrevia apenas
para passar o tempo, enquanto esperava pela madame.
Esperar era a sua especialidade. Esperava
por alguém que não vinha, por algo que não acontecia. Esperava ter a coragem
necessária para mudar.
sábado, 26 de abril de 2014
Mudanças
Que todo o mundo é composto de mudança já se sabia desde Luís de Camões.
Que as mudanças acontecem repentinamente, como um céu limpo que de súbito se torna tempestuoso, também o sabe quem tiver capacidade para observar o mundo que o rodeia.
Agora, acreditar que cada pessoa tem a capacidade para mudar a sua própria vida, apenas o sabem aqueles que ousam mudar.
E são tão poucos.
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