Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
segunda-feira, 30 de junho de 2014
O lago
Havia uma lenda muito antiga que falava de um lago. Tão antiga que ninguém sabia a origem ou quantos anos tinha.
No fundo é o que acontece com todas as lendas. Sabe-se que existem mas ninguém sabe mais nada acerca delas.
É uma forma bastante prática de espalhar histórias que, se fossem contadas a sério, seriam tomadas como mentiras. Assim, sendo lendas, já podem ser levadas a sério.
Não falando, é claro, da vantagem que é o desconhecimento da sua origem, um eufemismo para a cobardia do anonimato.
Voltando à lenda do lago, dizia-se que, quem entrasse nele sairia de lá molhado. Isto era contado de geração em geração, quando todos se sentavam à volta da fogueira em noites quentes de lua cheia, e com um tom de voz tão aterrador que ninguém se atrevia a aproximar-se, temendo apanhar até um simples salpico.
Porém um dia, alguém resolveu debruçar-se sobre o assunto. E chegou à conclusão que era absurdo. Resolveu então dirigir-se à multidão para contar a sua descoberta.
Mal começou a falar foi imediatamente linchado e atirado ao lago. Nem teve tempo de explicar que era absurdo de tão natural que era o facto de alguém se molhar ao entrar em contacto com a água. Que era uma forma de impedir, pelo medo, que as pessoas usassem e gastassem e usufruissem da água e do lago.
Sem querer transformou-se ele próprio numa lenda. Uma lenda morta. A de que quem se molhar na água do lago, morre afogado.
Esta, e muitas outras lendas, persistem até aos dias de hoje.
sábado, 28 de junho de 2014
A derrota (Três a zero)
Há dias assim, nada sai bem. A gente prepara-se com afinco, estudamos as jogadas tácticas possíveis, ou previsíveis, mas na hora do remate o esférico vai para a bancada.
Até mesmo a defesa, habitualmente tão coesa, abre espaços por onde entram os contra ataques do adversário.
Uma autêntica goleada. É que poderia falhar uma ou outra, mas logo as três ao mesmo tempo. São coincidências a mais.
Portanto a solução que resta é procurar uma quarta via.
sexta-feira, 27 de junho de 2014
Primeiro plano
O primeiro plano atrai, distrai, desfoca a atenção.
Porque é primeiro, porque está mais perto, porque é mais visível.
Nem sempre porém, o que está mais visível é o mais importante.
Por detrás das sombras do ser, ergue-se a verdadeira essência do ser
Mas às vezes é preciso o trabalho de colocar os óculos para se conseguir ver.
E é tão cómodo ver apenas o mais atractivo.
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Em direcção à luz
O caminho em direcção à luz faz-se com sobressaltos.
Nem sempre se consegue lá chegar.
Mas uma vez atingido o patamar de iluminação que faça as coisas escuras parecer claras, nada mais há para ver.
É então que começa o sentir.
quarta-feira, 25 de junho de 2014
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Três cabos
Três pontas, três cabos, três rocas, mas só um lhe herdou o nome.
Em primeiro plano temos a foz do Lizandro, de seguida temos as falésias da praia de S. Julião, e por fim, ao fundo na imagem, o Cabo da Roca propriamente dito.
domingo, 22 de junho de 2014
Ilusão
A vida toda é uma ilusão dos sentidos. E às vezes também do pensamento.
Na verdade não sei se o que nos ilude mais serão os sentidos ou o cérebro. Não há estatísticas a esse respeito.
Quantas vezes o que parece não é. E quantas vezes temos um pensamento ou sentimento a respeito de alguém, para depois chegarmos à conclusão que estávamos iludidos.
No caso concreto deste exemplo, a árvore "enorme" que aparece na imagem, não passa de um arbusto que me chega pouco acima do joelho.
Tudo merece ser analisado com cuidado para não haver ilusões.
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