Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Filosofia vegetal


Em terra de folhas caídas, quem tem seiva é verde.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Filosofia de bolso


Vencido mas não convencido, é o lema de hoje.
Umas vezes ganha-se, outras perde-se. Não se pode ganhar sempre. Amanhã há mais.
(Amanhã é sempre longe demais, diziam os Rádio Macau).

sábado, 2 de maio de 2015

As cores da imaginação


Nem sempre azul é o mar. Pode ter todas as outras cores, as que a nossa imaginação quiser.
Nem sempre grande é a distância, O que está para além da vista pode estar perto dos sentidos.
Nem sempre interminável é o tempo. Há coisas que acontecem mais cedo do que se espera.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Solidão


Aqui não há a possibilidade de confundir a árvore com a floresta. Apesar de dominar a paisagem do alto do monte, a árvore raquítica e enfezada está só.
Acontece o mesmo com os humanos, quem tem alguma diferença tem de viver acompanhado da sua solidão. A sociedade é feita de iguais e para iguais.

domingo, 9 de novembro de 2014

A morte do artista


A morte, essa parte integrante da vida, está sempre presente desde o nascimento. Pertence-lhe. Como tal, o proprietário da vida, é por inerência, o proprietário da morte.
Não existe vida depois da morte, tal como não existe morte antes da vida. A única coisa que a morte faz é transformar vivos em mortos. Não transforma pessoas que não prestam em pessoas boas. São por isso completamente despropositados os discursos e elogios aquando de algumas mortes.
Mais do que a dignidade da morte, interessa sobremaneira a dignidade da vida. É a vida que tem que ser vivida, não a morte, e é em vida que se podem fazer mudanças que contribuam para o progresso, o desenvolvimento, o bem estar, ou seja, a dignidade.
Num mundo que se rege pelas aparências, a morte não foge à regra. Desde logo na forma de vestir o morto. Os estereótipos da vida prolongam-se pela morte fora. Mas sobretudo na forma como se gasta dinheiro com a morte. As agências funerárias são autênticas agências de viagens. E no fundo a viagem é tão curta, apenas até ao quintal que existe em quase todas as localidades e a que chamam cemitério.
As pessoas morrem acima das suas possibilidades. Se há os que vão a funerais apenas para serem vistos, há os que pagam funerais apenas para impressionar quem lá vai.
As aparências na morte reflectem as aparências com que se tentou mistificar a vida.


sexta-feira, 27 de junho de 2014

Primeiro plano


O primeiro plano atrai, distrai, desfoca a atenção.
Porque é primeiro, porque está mais perto, porque é mais visível.
Nem sempre porém, o que está mais visível é o mais importante.
Por detrás das sombras do ser, ergue-se a verdadeira essência do ser
Mas às vezes é preciso o trabalho de colocar os óculos para se conseguir ver.
E é tão cómodo ver apenas o mais atractivo.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Em direcção à luz


O caminho em direcção à luz faz-se com sobressaltos.
Nem sempre se consegue lá chegar.
Mas uma vez atingido o patamar de iluminação que faça as coisas escuras parecer claras, nada mais há para ver.
É então que começa o sentir.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Parece que...


- Aquilo é um avião militar?
- É, mas deve ir em missão de paz.
- Ah ok, então não é crime.
- Qual crime?
- De guerra, se vai em missão de paz…
- Não quer dizer nada, em paz também há crimes.
- Nunca ouvi falar em crimes de paz.
- São os crimes normais do dia a dia, é apenas uma questão de simplificação de linguagem.
- Ah, há crimes normais?
- Não, refiro-me aos crimes comuns que acontecem diariamente.
- A guerra também acontece diariamente, só por tentativa de branqueamento é que não lhe chamam crime.


terça-feira, 27 de maio de 2014

(A)Tra(i)(c)ção


Atracção
A traição
Atraição
(A)Tra(i)(c)ção

Aproximou-se devagarinho. E nunca mais se afastou. Pelo menos durante três ou quatro anos. O nunca mais tem destas coisas, às vezes demora esse tempo todo.
Poder-se ia pensar tanta coisa. Isto, é claro, para aqueles que pensam tantas coisas. Porque há aqueles, mais limitados, cuja capacidade de raciocínio se reduz à obediência cega a preconceitos, que reduzem tudo à simplicidade das coisas difíceis, não sendo portanto necessário pensar tantas coisas, basta apenas uma.
A relação causa-efeito nem sempre é linear. Às vezes é uma rede. Cada vez mais está tudo em rede, as relações, as causas-efeitos, e as relações causas-efeitos.
Passados os tais três ou quatro anos, e finda a validade do nunca mais, afastou-se, também devagarinho.
Só que, agora o vagar era diferente. Muito diferente.
O vagar do afastamento é completamente diferente do vagar da aproximação.
O vagar da aproximação é como que uma pressa, mas em câmara lenta.
Já o vagar do afastamento é como um corredor que parou de correr por falta de forças e se arrasta penosamente, não até à meta, porque não vai chegar lá e mesmo que chegasse não serviria de nada pois já estava encerrada, mas até ao próximo posto de abastecimento. Líquido, de preferência.


sexta-feira, 16 de maio de 2014

A encruzilhada

                                      Porto, Parque da Cidade, Janeiro 2011

São horas de ir dormir. Amanhã tenho que me levantar cedo. Estou aqui sem saber se preparo a mala hoje ou se me levanto um pouco mais cedo para a preparar amanhã.
Em qualquer dos casos a vontade de a preparar não é nenhuma. O que quer dizer que qualquer das escolhas será certa.
Errado seria não a preparar, não me levantar cedo, não ir onde tenho de ir.
A vontade de facto não é nenhuma.
É bom sinal, vai correr tudo bem.

sexta-feira, 14 de março de 2014

O cacto

                                              Mem Martins, 22 Julho 2009

O cacto é o centro da imagem, Apesar de não estar ao meio da imagem.
O que prova que centro e meio não são a mesma coisa.
Apesar de parecer.
Pode o cacto estar ao meio e não ser o centro da imagem?
Pode.




Não é o meio [ambiente] que define a importância das coisas. É o foco que o espectador lhes dá.


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Previsões


You are predictable

Quem, eu???
Talvez fosse um elogio, mas para mim pode ser um insulto. Não cabe num blog de filosofia barata uma análise profunda sobre a previsibilidade, isso é mais coisa para um Tratado sobre a (im)previsibilidade, no entanto não pode haver, em circunstância nenhuma, generalizações de qualquer tipo, e muito menos deste.
Donde, posso concluir, que sou (mas não da maneira que me querem fazer) e não sou.