Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O Pai Natal


Há uns anos li uma notícia que me deixou estupefacto e que nunca mais esqueci: uma professora disse aos seus alunos, de nove e dez anos, que o Pai Natal não existe, e foi despedida.


Além da revolta natural por ver a forma absolutamente anormal como os poderes instituídos decidem a vida das pessoas (uma pessoa que diz a verdade é privada do seu emprego, enquanto o bando dos mentirosos ainda se acham no direito de se sentirem ofendidos), a minha maior perplexidade adveio da incompreensão: não percebia como aquilo era possível, não sabia de todo que em pleno século XXI houvesse tanta estupidez.

Muitos anos depois fez-se finalmente luz na minha cabeça. É de facto incomensurável o poder da estupidez. Para este tipo de gente, as pessoas não valem nada, são apenas objectos sem direitos nenhuns, nem o mais básico direito a poder dormir descansado, e a quem se tem que fazer lavagem ao cérebro desde pequeno para perpetuação da espécie.

Sim, depois do que eu vi, não me custa a entender porque a professora foi despedida.