Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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sábado, 5 de agosto de 2017

Longe da cidade


Longe da cidade e das gentes, sobretudo das gentes, a maior causa de problemas no mundo,

sábado, 7 de janeiro de 2017

O campo


O campo por oposição à cidade.
Como sinónimo de vastidão, em contrapartida aos espaços fechados e claustrofóbicos.
Onde se vê o horizonte e não o telhado do vizinho.

domingo, 31 de julho de 2016

Campos verdes e águas azuis


Talvez porque hoje é domingo, o céu parece mais azul. É possível que nos outros dias também seja azul, mas ninguém repara, ocupados que estão nas suas correrias.
Nos dias de semana as pessoas estão preocupadas com os terroristas, que nos respectivos locais de trabalho lhes aterrorizam a vida, por isso não têm olhos para a cor do céu, apenas vêm os ponteiros do relógio, as filas de trânsito e os horários dos transportes.

Porque hoje é domingo as águas param, as margens dos rios estendem-e até onde a vista alcança, e até os pássaros, que não usam calendário mas pressentem a presença de mais pessoas do que o habitual, estão mais receosos e recatados.

Porque hoje é domingo a natureza abraça os homens de boa vontade.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

quarta-feira, 20 de maio de 2015

No campo


Que bem que se está no campo.
A tratar da horta, dos tomates, das favas.
Principalmente das favas.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

O abraço


Corria uma ligeira brisa, o que fazia com que a temperatura fosse um pouco mais suportável naquele quente dia de verão, embora estivessem sentados à sombra da velha árvore.
Sempre que podiam era ali, no cabeço que dominava toda a aldeia, que se encontravam para namorar, longe dos olhares indiscretos de quem fazia da soleira das portas e do peitoril das janelas o local habitual de observação do mundo que os rodeava.
Quer se gostasse ou não, a verdade é que a solidão era a única companhia para quem, tendo trabalhado até ao limite das forças físicas, nada mais tinha para fazer que assistir ao passar vagaroso das longas horas do dia.
Na base do carvalho havia uma rocha e era ai que costumavam sentar-se abraçados, vendo a aldeia a seus pés, e os campos a estenderem-se por montes e vales até à linha do horizonte, enquanto faziam planos para o futuro.
As conversas eram mais monólogos, porque ele pouco gostava de conversar. Raramente fazia perguntas, respondia ao que lhe perguntavam e fazia um ou outro comentário isolado e disperso. Ela, pelo contrário, falava pelos dois, e a maior parte das vezes nem lhe dava tempo para responder, tal a velocidade com que falava, o que normalmente acontecia quando se entusiasmava ao contar-lhe os seus planos. Outras vezes falava do mundo que a rodeava, e nessas ocasiões vinha-lhe ao de cima a nostalgia mas também o orgulho de ter nascido e crescido numa remota aldeia do interior.
- Sabes amor, faz-me confusão as pessoas da cidade. Vêm de férias para o campo, para as aldeias porquê? Se fossem de cá ou tivessem cá família eu compreendia, mas não são de cá nem conhecem cá ninguém. É só porque é moda ir para o campo? Eles nem sabem estar no campo. Mal chegam começam a reclamar com tudo: é porque tem aranhas, porque tem lagartixas, é o chão que é de terra, são as janelas que são de madeira e deixam passar o vento, as portas que fazem barulho a abrir, o colchão que é duro. Espero que tu não venhas a ser assim…
- Assim como? A levar-te de férias para o campo?
- Não tolinho, dizes que me queres junto a ti, mas quando me tiveres espero que não comeces a por defeitos em tudo!


terça-feira, 30 de setembro de 2014

Uma rua da minha infância


A rua talvez não levasse a nenhum lado, a nenhum sítio onde lhe interessasse ir, mas por curiosidade seguiu por ali fora.
Apesar de nunca ali ter estado, a rua recordava-lhe uma outra, na aldeia, onde o levavam algumas vezes nas férias. O mesmo traçado sinuoso, o mesmo empedrado, o mesmo tipo de janelas.
Sempre tivera muita curiosidade em descobrir o que estava para além de uma rua. Na idade de estar na rua, estar na rua era um luxo raro, e descobrir-lhe o fim era o supra-sumo da sensação de liberdade.
Era perigoso, diziam-lhe. Podia perder-se, ou até mesmo sujar os calções. Pela maneira como o diziam achava que as duas situações tinham o mesmo grau de gravidade.
Lembrava-se da primeira vez que fora até ao fim de uma rua. De repente acabaram as casas e em frente o grande vazio. Um campo imenso cheio de ervas que lhe pareciam daninhas, de mato assustador cheio de picos, de árvores dispersas às quais não sabia atribuir nome, até onde a vista alcançava, o cume de uma serra perdida na linha do horizonte.
Voltara para trás com medo de se perder. Ou de sujar os calções.
Não chegou sequer a sentir o cheiro do campo. O odor da lavanda, entranhado na roupa, no corpo, nas mãos que tinha de lavar com frequência, para não estarem sujas, não deixava sentir mais nada.
Enquanto caminhava, no fundo dos seus pensamentos desejava que a rua desembocasse num campo aberto.
Tarde, muito tarde, descobrira o cheiro do campo.
Tarde mais ainda a tempo.