Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
O regato
As sombras do fim da tarde
Abatem-se já sobre o vale
Das águas quase paradas
Sobe um canto a Primavera
Descalço, molho os pés
Refresco o pensamento.
Sento-me naquela pedra
Ouvindo a água a correr
Parei eu, parou o tempo
E as águas quase pararam
Até a brisa da serra
Com o cheiro a rosmaninho
Parou o sopro vadio
Fazendo até que os pássaros
Os mosquitos e as abelhas
Parassem o seu voar
Num breve instante tão longo
Que parecia a eternidade
Fez-se ouvir o silêncio
A calma da Natureza.
Depois veio nova batida
Do coração apressado
E a vida voltou à vida.
domingo, 31 de julho de 2016
Campos verdes e águas azuis
Talvez porque hoje é domingo, o céu parece mais azul. É possível que nos outros dias também seja azul, mas ninguém repara, ocupados que estão nas suas correrias.
Nos dias de semana as pessoas estão preocupadas com os terroristas, que nos respectivos locais de trabalho lhes aterrorizam a vida, por isso não têm olhos para a cor do céu, apenas vêm os ponteiros do relógio, as filas de trânsito e os horários dos transportes.
Porque hoje é domingo as águas param, as margens dos rios estendem-e até onde a vista alcança, e até os pássaros, que não usam calendário mas pressentem a presença de mais pessoas do que o habitual, estão mais receosos e recatados.
Porque hoje é domingo a natureza abraça os homens de boa vontade.
sábado, 9 de abril de 2016
Zona de paisagem desprotegida
domingo, 13 de março de 2016
O recanto escondido
O local ficava nos confins de um vale
perdido entre montanhas distantes. Só a água se fazia ouvir ali. Os pássaros,
que os havia por ali às centenas, esvoaçavam de árvore em árvore, mas os seus
trinados eram abafados pela queda da água proveniente das chuvadas do fim do
inverno.
Aproximou-se o mais que pode da cascata e
procurou um sítio para se sentar. Havia por ali vários troncos de árvores
tombadas e escolheu uma. Tirou a mochila das costas e pousou-a nos joelhos que
o chão estava molhado dos salpicos da água.
Sem pressa abriu-a e tirou o farnel, e com
toda a calma do mundo ali ficou a mastigar enquanto as sandes duraram.
Ficou contente consigo próprio por ter
escolhido bem o sítio. Estava-se bem ali. O telemóvel que normalmente só tocava
quando alguém precisava de si, ali não tinha possibilidade de o incomodar
porque nem rede havia.
Acabada a comida passou à bebida, e
novamente sem pressa ali ficou até que as sombras da tarde lhe indicaram que
era tempo de deixar a civilizada natureza e iniciar o caminho de regresso à
selva da vida quotidiana.
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