Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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segunda-feira, 13 de março de 2017

Uma casa na árvore


... ou será uma árvore na casa?


sábado, 29 de outubro de 2016

A casa dos vasos


Havia sempre lugar para mais um, se não fosse ali seria no pátio das traseiras. Cuidar das plantas era das poucas ocupações, além do tricot e das novelas.
Antigamente ainda tinha um cão e um gato, mas ambos morreram com poucos meses de intervalo e não quis mais nenhum animal.
Agora que o trabalho era pouco e as horas muitas, tinha dificuldade em preencher todos os minutos do dia. Restava dormir, quando conseguia.
E hoje o rádio tinha trazido a má notícia de que a hora ia mudar, podendo dormir mais uma hora.
Ia ser mais uma hora de insónia.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Abre-te porta


E a porta abriu-se
De par em ímpar.
A janela riu-se
Deixou-se levar.
Ficaram portadas
Umbreiras vazias
Casas arrendadas
De avós e tias.
À noitinha o frio
Costumava entrar
Até a melga do rio
Vinha visitar.
Agora é diferente
É tudo actual
Está arranjada à frente
Atrás, e no quintal.
Ficou a casa nova
Branca, a quem a vê,
Até ficou à prova
Da radiação UV.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A casa sem nome


Ali onde a luz do Sol não entrava e o ar há muito que perdera a frescura da brisa que descia da serra, habitava um homem sem nome.
As janelas só com muito boa vontade se podiam chamar janelas. O chão era um tapete de lixo onde em alguns sítios os pés se enterravam até ao tornozelo. As paredes eram apenas os suportes que impediam que o tecto desabasse. O tecto, esse, era apenas um rendilhado de tábuas carcomidas que deixavam passar as gotas de chuva e de onde pendiam ramos de hera, teias de aranha e morcegos.
Nada ali respondia pelo seu nome próprio. Era uma casa sem nomes.
Até o tempo se recusava a entrar desde que o relógio se transformara num mostrador ferrugento a que faltavam os ponteiros.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A casa


Passei apenas para ver e já mal a conhecia. Está diferente. As paredes estão maltratadas. As janelas que antes tinham portadas agora têm grades ferrugentas. Onde antes havia telhado, agora vêm-se passar as nuvens de dia e as estrelas à noite. O interior é um emaranhado de ervas e arbustos que impedem a passagem.
Foi ali que te conheci, mas a verdade e´que hoje já não te conheço. Tal como a casa, mudaste, embora não o quisesses aceitar. E à custa de argamassa, reboco e pintura, mudaste de novo. E cola, muita cola para segurar tudo aquilo que vai caindo.
Sim, mudaste e eu já não te conheço.
A casa, porém, está lá.
Tu, não.
Nem eu.