Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A árvore dos dióspiros


As únicas coisas boas que dá uma árvore de dióspiros são fotografias.
Aqui ficam algumas tiradas na semana passada.









terça-feira, 25 de abril de 2017

A árvore das patacas


Os bitcoins do capitalismo foram substituidos pelos flowercoins do Flower Power.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Flores de quê


Esta é a árvore das flores de quê.
Quando a árvore der frutos, ficarei a saber do que são as flores e do que é a árvore.
Por enquanto não sei.
Se isto fosse uma casa de apostas, eu apostaria em ameixeira, mas sem muita convicção.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Limoeiro


Já não fazem caroços de limão como antigamente. Depois de ter tentado plantar milhares deles durante os últimos quatro ou cinco anos, desisti.
Bom, milhares é um exagero, não foram assim tantos foram só cinco. Cinco de cada vez que utilizava limões. A maior parte deles não davam nada, os poucos que cresciam um bocadinho aguentavam-se algumas semanas e acabavam por secar.
Farto de tanto insucesso, fui à Cooperativa de Sintra e comprei um pé de limoeiro já crescido. Já o tenho há uma semana, estava à espera da minha ajudanta, mas ela não veio, por isso tive de fazer o trabalho sozinho.
Pronto já está. A geração a seguir à minha já deve ter limões para apanhar. Para que isso aconteça vou fazer uns sacrifícios ao deus dos trovões e ao deus das chuvas para que a árvore cresça bem.
Depois deste trabalho todo vou começar por sacrificar uma carcaça com queijo.




segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O jardim das árvores sós


O pinheiro ali estava abandonado
Num jardim onde mais ninguém havia
Mesmo em dias de Sol, ou se chovia
Ali permanecia enraizado.

Muitos outros já tinham debandado
P’ra lugares onde a vida mais sorria
Como nunca ligou a quem dizia
É essa a razão de ali ter ficado.

Foram todos embora, não faz mal
Eram só companheiros por acaso
Interessa o estado actual

De haver liberdade em cada caso
Serem muitos não é melhor sinal
E a vida acreditem não tem prazo.



domingo, 11 de dezembro de 2016

O jardim das árvores tristes


A noite anoiteceu mais cedo
O vento soprou devagar
Caem folhas sob o luar
Ninguém sabe qual o segredo.
Não se sabe por que meio
Chegou a notícia triste
A alegria não existe
Porque hoje ela não veio.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A árvore que dava janelas


A um canto do jardim tenho uma árvore. Os frutos não são doces nem amargos, mas têm muita fibra e minerais.
Tenho de por luvas para os descascar. Primeiro pego num martelo e tiro-lhes os minerais todos. Depois, com uma serra corto-as em bocados como se fosse para uma salada de frutas. Tem alguns caroços firmemente presos com parafusos ferrugentos que demoram a tirar. Depois de tudo limpo leva-se para o armazém e guarda-se. Serve-se frio.
A árvore chama-se macacaúba.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A árvore da sombra


Quebram-se em ti os raios do Sol. Desfazem-se na tua muralha de folhas as ondas de calor que o astro rei derrama sobre a terra.
E ali, à sombra dos teus ramos conseguimos inventar um pouco de acalmia no braseiro da tarde, beber da garrafa o líquido que nos mantém vivos, e, de costas no chão e olhos fechados, sonhar que o mundo não é mais que um manto de erva à sombra de uma árvore no meio da planície.


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A árvore que dava sombras


As sombras não eram grandes, mas também a árvore não o era. Tinham o tamanho adequado para proteger dos raios do Sol que batiam inclementes em tudo o que estava para além da copa.
Cada pedaço do tronco, cada ramo, cada folha era como que uma pequena parte daquele chapéu de Sol verde e vivo, que balançava ao sabor da aragem que atenuava um pouco o calor sufocante que se fazia sentir. Todas as partes eram importantes para o resultado final de todo o conjunto.
Deveria ser criminalizado o abate de árvores que davam sombra, e punido com a pena máxima. Infelizmente não era, e havia até, entre os que faziam as leis e decidiam o que era e não era crime, muitos que preferiam sentar-se à sombra da árvore do dinheiro, que cresce apenas em alguns quintais.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Solidão


Aqui não há a possibilidade de confundir a árvore com a floresta. Apesar de dominar a paisagem do alto do monte, a árvore raquítica e enfezada está só.
Acontece o mesmo com os humanos, quem tem alguma diferença tem de viver acompanhado da sua solidão. A sociedade é feita de iguais e para iguais.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A árvore e a floresta


Não é bem uma floresta mas é parecido, é apenas um grupo de árvores. Lá no meio, mais ou menos no meio, tem uma árvore. Claro que tem mais do que uma árvore, mas tem uma em especial. Uma árvore que tem um tronco. Todas as árvores têm um tronco, mas aquela tem um tronco grande. Há muitas árvores que têm troncos grandes, mas aquela, que tem um tronco, que é grande, que está mais ou menos no meio de um grupo de árvores que parece uma floresta, é especial porque tem uma flor. E de asas abertas.


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A música do bosque


A música do bosque é o canto e o esvoaçar dos pássaros que o habitam; o gemer do restolho e das folhas pisadas por algum reptil que se movimenta; é a corrida dos predadores e a fuga desesperada das suas vítimas.

Houve um tempo em que esta música foi abafada por um gigantesco concerto em dó maior para motosserra e trator. Era um tempo em que motosserras, tratores, camiões e homens, muitos homens, se dirigiam às florestas e cortavam pinheiros aos milhões. Não que os pinheiros tivessem feito algo de mal, era apenas para celebrarem uma festa em honra de um deus qualquer.

A estupidez e a ganância pelo lucro não desapareceram, antes pelo contrário, cada vez aumentam mais, mas na era do plástico, pelo menos os pinheiros sem culpa de nada foram deixados em paz.


quinta-feira, 14 de julho de 2011

L'arbre et la forêt


Qu'est-ce que c'est ça en face de moi? C'est ce que je vois ou ce que je pense qu'il est?
Je ne pouvais pas être plus trompé. Parce que ce que je vois ç’est juste ce que me semble que c'est et ce que je pense est loin d'atteindre toute la réalité qui l'apparence dissimule.
J'étais trompé. Les deux hypothèses alternatives ont été toutes les deux fausses. Et quand les deux alternatives sont erronées, il doit y avoir au moins une troisième hypothèse- considérer, même si elle est peu probable.

Les arbres ne sont pas tous égaux. Ni la forêt. Il y a des arbres droits, arqués et d’autres. Mais tous ont le tronc, les branches et les feuilles, au moins. Une forêt, qui est un ensemble d'arbres, obstrue la vue et ne permet pas à l'observateur de voir ce qui est au-delà. Un arbre, si vous y êtes très proche, ne permet pas de voir au-delà, même si c’est un seul arbre.

Une chaude journée d'été nous appelle pour une promenade. À la campagne où à la plage. Dans la forêt ou à la montagne. Ou à la forêt dans la montagne, dans le cas où la forêt se situe dans la montagne.
Le départ tôt de la maison le matin était prévu. Tout le reste n'était pas prévu. La première étape était de me diriger vers la montagne. Les circonstances de la vie m’ont fait pénétrer ensuite dans la forêt. Même si ça n'était pas prévu et même si je ne conaissais pas cette forêt.

À l'arrivée, au lieu de prêter attention à la forêt, j'ai remarqué un arbre. Le vent soufflait à bouger les branches comme des bras qui veulent me saisir. Je me suis approché et les branches, tels que fantômes, passaient devant moi et ne m’ attrapaient pas. Peut-être que le fantôme était moi et je n'étais pas assez solide pour que les branches se fixent.
Je ne pouvais penser à l'idée, mais il est possible que l'arbre ne m’a pas attrapé tout simplement parce qu'elle ne le voulait pas.
J'ai avancé un peu plus, en regardant ces branches et la touffe. C'est seulement quand je suis tombé le nez par terre que je me suis aperçu que l'arbre a également des racines.
Le vent s'est arrêté, les branches ont cessé de trembler et ont reculé ne me permettant pas même de me prendre là pour me lever.