Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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domingo, 24 de julho de 2016

O lugar das flores


- Vou dizer-te isto sem gaguejar.
- Sabes, eu... hummm... . E gaguejei.
- Continuas o mesmo mentiroso de sempre.

De que são feitos os sonhos? De algodão? De algodão doce? De algodão doce cor de rosa?
Ou de flores? De todas as cores e feitios? Azuis, brancas ou amarelas? Em vasos, canteiros ou jardins?
Não, são feitos da mais dura realidade.
Eu empurrei-te para a frente, para te fazer avançar mais e mais depressa. Mas tu caiste, atiraste-te para o chão como fazem os jogadores de futebol. E agora a culpa é minha.
Claro que é. Já antes era, porque já anteriormente tinha feito outras tentativas para te fazer ter mais auto confiança, só que todas as minhas metodologias falharam.
Tem de haver um processo. Vou continuar a procurar. Se não conseguir encontrar o fracasso será completo mas será meu.
O lugar das flores não é numa jarra, mas na terra onde possam continuar a crescer.


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Enquanto a noite dorme


Não havia luz, só o brilho pálido da Lua coado por farrapos de nuvens que ainda não se tinham desfeito em chuva.
Não havia sons, só a música triste e ritmada da maré a embater nas rochas do paredão.
Não havia cheiro, só o perfume acre do lodo deixado a descoberto pela maré.
Não havia calor, a noite estava fria e tu não te chegavas a mim.

Mil vezes me aproximei, mil vezes te afastaste.
Mil vezes te chamei, mil vezes não respondeste.
Mil vezes te olhei, mil vezes viraste a cara.

Tenho a agradecer-te a confiança que depositas e mim. No regresso, enquanto eu conduzia tu dormias profundamente.