Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 7 de julho de 2015

A cidade


A cidade

A cidade é um mar de gente.
As marés humanas, cíclicas, movem-se
Ao sabor dos interesses da propaganda.
“Todos à praça, vamos festejar”
Vamos deixar o chão com mais lixo
Do que grãos de areia tem a praia.
Alguém limpará no dia seguinte.
Os interesses privados devem justificar
A razão de serem contratados.

A cidade é um mar, todo cultivado.
Cultivam-se notas, moedas, cifrões.
Estes agricultores vestem fato e gravata,
Não sabem da poda, só sabem da foda.
Têm vastos terrenos, são os donos da quinta,
Têm grandes navios que cruzam oceanos,
Compram e vendem, em negócios sem fim,
Arrecadam o lucro do trabalho dos outros,
Dos que vivem nas rochas, dos que são mexilhões.

Na cidade há canais
Onde correm rios de gente,
Levados na enxurrada
Da azáfama diária,
São um rebanho ordeiro
Que regressa ao fim do dia
Ao ponto de partida.
A cidade é um cais de partida,
Rumo à desumanidade.


segunda-feira, 6 de julho de 2015

Às vezes ouço passar o vento


Às vezes, de facto, ouço passar o vento, escuto o que ele me diz. Mas são poucas as vezes em que tenho a predisposição para o ouvir, em parte porque geralmente não traz noticias boas.


A maior parte das vezes, e nós encontra-mo-nos muitas vezes, já somos velhos conhecidos, apenas o sinto passar, umas vezes devagar, outras cheio de pressa, e devido à azáfama do dia a dia, nem ligo ao que ele me diz.



Por obra e graça de um grupo de pessoas


A Mulher rege
O Homem toca
A obra nasce


Cais dos sonhos

Era uma vez
Um monte de palavras soltas.
Palavras belas mas soltas,
Gozando a liberdade
Intrínseca de existirem.
Veio o vento soprando forte,
Mas antes que tivesse tempo
De as atirar em todas as direcções,
Soltou-se uma corda do contrabaixo
Que as prendeu, uma por uma,
Como fio condutor ligando-as à vida.
Assim, presas pelo som
Que se faz ouvir acima de todas as vozes,
Dirigiram-se todas para a beira do cais,
Onde ficaram fitando o infinito,
Enquanto aguardavam a barca
Que as havia de levar longe,
Tão longe que apenas os sonhos
As poderiam alcançar.

Notas:
Sendo o vídeo feito por uma-máquina-que-filma-sozinha, acho que não está mal de todo, foi o melhor que se pode arranjar.


Quero agradecer à Margarida, ao João, a todos os companheiros desta aventura, ao Festival Silêncio e à Fundação Portuguesa das Comunicações, a oportunidade que tive de poder participar. Muito obrigado.

sábado, 4 de julho de 2015

Lado a lado


No silêncio da viela
Onde a luz do Sol não cabe
Percorremos o caminho
Até que a estrada se acabe.
Temos pés de caminhantes
Cabeças de sonhadores
As mãos livres como o vento
Para colhermos flores.
Adoramos viajar
Amamos o mundo inteiro
No ranking das nações
Estão todas em primeiro.
Em toda a parte aprendemos
O que o povo nos ensina
Apoiamos os que lutam
E quem se opõe a quem domina.
Temos como recompensa
A alegria de viver
Não esperamos pela sorte
Fazemos acontecer.
Não medimos a distância
Que nos separa do fim
Caminhamos lado a lado
Nós os dois somos assim.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Silêncio


Silêncio! Que se vai dizer Lisboa.
É já amanhã o primeiro dos dois dias do Recital Popular.
Sábado e domingo às 19H na Fundação Portuguesa das Telecomunicações.
Espectáculo criado por Margarida Mestre com acompanhamento musical de João Madeira.
Entrada livre.

Reportagem Sic Notícias
http://sicnoticias.sapo.pt/cultura/2015-06-29-Festival-Silencio-comeca-esta-quinta-feira-no-Cais-do-Sodre-em-Lisboa

Página do Festival Silêncio
http://festivalsilencio.com

quinta-feira, 2 de julho de 2015

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Agricultura em Lilliput

... ou...
O Aprendiz de Agricultor


Ficou tudo em tamanho minúsculo


Não sei o que aconteceu.


Fotos tiradas em 17 Junho 2015


Pensando bem, talvez a vida em Lilliput seja melhor do que aqui. 
Se encontrar um meio de transporte, talvez mude um dia destes...