Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Não é longe


Procurei-te nos caminhos perdidos na memória. Vasculhei os recantos mais sombrios do pensamento e só encontrei sombras do passado. Nuvens tenebrosas cobriam com pingos de chuva os locais outrora percorridos por alegres raios de Sol. O vento soprava inclemente e a cada nova rajada trazia-me aos ouvidos ecos distantes do teu nome.

Apetecia-me sentar mas além do chão que pisava não havia mais nada. Apetecia-me voltar para trás mas sabia que tinha que continuar em frente. Apetecia-me fazer alguma coisa diferente daquilo que sabia que tinha que fazer. Apetecia-me fazer tanta coisa, mas era tarde. Era tão tarde.

Um carro passou por mim e uns metros mais adiante parou na berma da estrada. Quando me aproximei uma janela abriu-se e uma voz lá de dentro perguntou-me para onde ia e se queria boleia. Agradeci a oferta recusando-a, dizendo que não valia a pena molhar-lhe o carro pois estava ensopado. O local para onde ia não era longe, acrescentei.