Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Comunicações


Ainda sou do tempo das trocas de linhas. Quem diz isto não é um velho caquético, de bengala e barba branca, sou eu e não sou assim tão velho.
Tantas, tantas, tantas vezes que se marcava um número e a chamada ia parar a outro lado, levantava-se o auscultador, sim que os telefones da época tinham auscultador, e já estava alguém a conversar na mesma linha, ou aparecia depois. 
E as (des)conversas: "ó minha senhora, desligue se faz favor que eu já estava aqui a conversar primeiro.", ou "desliga lá essa #$%&" vê lá se queres que eu te mande prá =)/&?»>@§".
Sim, a tecnologia evoluiu muito, estas coisas hoje já não acontecem. Continuam no entanto a acontecer outras que sempre existiram e que fazem parte da natureza humana.
Diz-se uma coisa e percebe-se outra.
Escreve-se uma coisa e interpreta-se outra.
Até o silêncio pode ter uma conotação negativa.
Às vezes apetece desistir de tudo.