Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A ilha


A ilha é quase deserta. Como qualquer deserto que se preze não lhe falta a areia do respectivo banco de areia onde está assente. A única utilidade conhecida é tomar conta do rio, não vá ele desaguar com muita força no mar. Convém salientar que a ilha está situada mesmo na foz, o que faz com que não seja uma ilha do rio nem uma ilha do mar. É apenas um monte de cascalho capaz de estragar algum navio que vá por ali mais distraido.
Além de tomar conta do rio, dá emprego a um farol. Tem ainda na sua superfície um forte, tão fraquinho, tão fraquinho, que nunca nenhum inimigo se deu ao trabalho de o tentar conquistar.
Quando o aquecimento global provocar o degelo dos polos a a água do mar subir, passa o farol a trabalhar subaquáticamente.
Muito útil para um país que gastou tantos milhões em submarinos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Sob um Sol de inverno


O farol, guardião dos mares, estava assente no molhe, guardião das terras contra as investidas dos mares. Com o Sol quase a por-se no horizonte, as suas silhuetas destacavam-se sobre o fundo da paisagem. Adivinhava-se uma noite de muito trabalho para os dois.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O farol

                          Guincho, 20 Janeiro 2014

A escuridão é grande e a luz é pequena. Já estava perdido anteriormente, e continuo perdido.
Vi ao longe uma praia e dirigi-me para lá. À distância parecia uma praia mas agora não tenho a certeza, porque quanto mais me aproximo, mais ela se afasta.
Talvez sejam areias movediças. Ou melhor, areias afastadiças.
Se for verdade, talvez então seja melhor não me aproximar, pensei eu, e preparei-me para virar a proa para bombordo.
De repente, fez-se luz. Não a do farol, outra, e ocorreu-me o seguinte pensamento: “Não quero aproximar-me da suposta praia porquê? Por medo de me perder lá? Mas, perdido já eu estou, que diferença faz?”.
Baloiçando sobre as ondas, ali fiquei, naquela indecisão, ao sabor da maré que me empurrava para a praia, que ao pressentir a minha aproximação, se afastava.
Isto da maré é apenas uma desculpa, para não dar a entender que era eu que continuava a querer aproximar-me.
O mesmo tipo de desculpa que usarei quando, cansado de tentar, desistir, dizendo então que não foi por falta de vontade que não consegui, a maré é que me empurrou para outro lado.
Deve ser a isto que chamam marés vivas.
Marés mortas são outra coisa, são aquelas que empurram quem nem sequer tenta.


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Notícias da marinha

Farol da Guia, Cascais, em 22-06-2011


Agora que as lâmpadas incandescentes são (quase) proibidas e estão sendo substituidas, a marinha resolveu ir mais longe na atitude de poupança (há que pagar os submarinos, né?) e desligou todas as lâmpadas dos faróis.

Para compensar colocou um marinheiro no cimo de cada farol a dar indicações aos navios.

- VIRA, VIRA TUDO, DESTROÇE
- ANDA, ANDA MAIS
- AGORA TRAVA, TRAAAAAVA

CABRUUUUMM!!!!!!

glu glu glu glu....

por mares nunca dantes naugrafados....