Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
Mostrar mensagens com a etiqueta ilha. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta ilha. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A ilha


A ilha é quase deserta. Como qualquer deserto que se preze não lhe falta a areia do respectivo banco de areia onde está assente. A única utilidade conhecida é tomar conta do rio, não vá ele desaguar com muita força no mar. Convém salientar que a ilha está situada mesmo na foz, o que faz com que não seja uma ilha do rio nem uma ilha do mar. É apenas um monte de cascalho capaz de estragar algum navio que vá por ali mais distraido.
Além de tomar conta do rio, dá emprego a um farol. Tem ainda na sua superfície um forte, tão fraquinho, tão fraquinho, que nunca nenhum inimigo se deu ao trabalho de o tentar conquistar.
Quando o aquecimento global provocar o degelo dos polos a a água do mar subir, passa o farol a trabalhar subaquáticamente.
Muito útil para um país que gastou tantos milhões em submarinos.

terça-feira, 17 de março de 2015

A ilha do tesouro


O mapa era claro e a cruz a vermelho no centro estava claramente visível.
Aquela era a ilha do tesouro.
Mas como ir até lá depois do barco ter ido ao fundo?

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Asas


- Ó sua gaivota! Chamei-lhe eu. Não me ocorreu na altura outro nome mais apropriado.
Mas ela, depois de ter cagado em mim, continuou o voo, impávida e de asas bem abertas, sem sequer se dignar olhar para trás.
Desorientado, com a cabeça cheia de merda, ali fiquei parado na areia da praia a vê-la afastar-se planando até pousar numa embarcação fundeada ao largo.
À escala de uma gaivota, uma embarcação é quase como uma ilha.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Manhã


A manhã dissipa as trevas que a madrugada guardou.
Algumas dúvidas porém permanecem.
E, se bem que em teoria a linha do horizonte tenha sempre trezentos e sessenta graus, na prática só às vezes é que a linha do horizonte tem trezentos e sessenta graus.
Quando isso acontece, podemos dizer que estamos ou numa ilha ou num barco, o que é quase a mesma coisa, porque um barco é assim a modos que uma ilha só que com rodas, move-se.
E se uma ilha, fixa ou móvel pode ser recomendável, já quanto aos ilhéus, é preciso muito cuidado.
É que há ilhéus e ilhéus, não são todos iguais. Estou obviamente a referir-me ao adjectivo e não ao substantivo.