Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Há uma linha que (nos) separa


Gritei bem alto mas já ias longe demais para me ouvires. O vagaroso eléctrico é suficientemente rápido para nos afastar.
Talvez se olhasses para trás me visses acenar. Mas não viste porque o teu caminho só tem uma direcção, que é em frente.
Cansado, tentei correr, mas as pernas fraquejaram. Desanimado, tentei sorrir, mas as lágrimas não deixaram.
E só tinha visto uma parte do caminho. Depois da curva vem a infinita recta.
Talvez seja esse o segredo. As duas linhas só se mantém paralelamente juntas porque nunca se tocam.