Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Eu que nunca pesquei um peixe


Não partam já
Ainda agora o mar chegou
Podemos lavar as mãos
Tirar a areia dos pés
Depois escolher o lugar
Espetar a cana no chão
Lançar o isco e o anzol
Desenrolar toda a linha
E enquanto o Sol se deita
Na areia branca das praias
Do outro lado do mundo
Aguardamos pela Lua
Imersos na escuridão
Temendo os monstros marinhos
Fruto da imaginação
Das sombras e reflexos
Do mar sempre em movimento
E o ribombar da maré
Que o vento por seu trabalho
Amplifica até cem vezes.
Sentados numa cadeira
Esperamos um sinal
Um puxão, esticão na linha
Que nos faça levantar
E sentir que já está ganho
O dia, por uma noite.