Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O suicida

                                             Sintra, Ribeira de Sintra, 27 Novembro 2013

Olhou mais uma vez para o relógio. Os minutos passavam devagar mas passavam, disso não tinha dúvidas. Já ali estava há… nem se lembrava, tanto era o tempo que tinha passado desde que chegara.
O que não havia meio de passar mesmo eram as dores. Às antigas juntava-se agora a dor nas costas, de estar ali deitado há tanto tempo. As folhas pareciam macias à vista desarmada, mas esquecera-se que tinham por baixo pedras pontiagudas. Aparências, sempre aparências à sua volta.
De repente chegaram vozes aos seus ouvidos. Eram dois ciclistas.
- Manel olha ali um gajo caído, bora lá ver se precisa de ajuda.
- Até teve sorte que agora no inverno não passa o eléctrico.
Foda-se, pensou, até para se matar fazia merda.