Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A janela

                                                 Alcoutim, 30 Julho 2010

Da janela vejo o rio
E o que está para lá dele.
Vejo um barco e sorrio,
Imagino que vou nele.

O vento que dá na vela
Empurra-me até ao mar.
Navego, que vida bela,
Já não quero mais voltar.

Vou p’ra longe do passado
Em busca de um futuro.
No presente, o nosso fado
Destrói-nos, não o aturo!

Há mais terras neste mundo
Que têm menos ladrões.
Só quero encontrar, no fundo
Descanso p’rós meus serões.

Adeus ó minha janela
Vou para outra cidade.
E tudo por causa dela
A puta da austeridade.