Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

O Gato sem Botas


Tinha uma espécie de magnetismo. Atraia lixo. Toda a espécie de lixo lhe vinha parar às mãos. Coisas boas não o procuravam, agora o lixo, até quando dormia, vinha ter consigo.
Já tinha experimentado quase tudo, inclusivamente viver no lixo. Tinha ouvido dizer que polos iguais se repelem. Mas a experiência não resultou, as leis da física não se aplicaram aqui, e atraia cada vez mais lixo.
Por estranho que possa parecer, também a outra lei, a de que os polos opostos se atraem, não funcionou. Nenhuma coisa boa veio ter consigo.
Apesar de muitas coisas lhe virem parar às mãos, nomeadamente lixo, quanto aos pés, nada. Nada caia a seus pés, nem umas simples botas. Andava descalço e por esse motivo ficou conhecido como o Gato sem Botas.
Um dia o Gato sem Botas morreu.
Quem sentiu a sua falta foi o lixo.