Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A longa espera

Um manco, o outro coxo,
Um com tosse, já quase roxo.
A velhota com bengala,
Não queria por nada larga-la.
O velhote constipado
Assoava-se pró outro lado.
E o que tinha os pés inchados,
E o dos braços magoados,
E o do nariz a pingar
Não parava de fungar,
Um que veio prá injecção
Com a receita na mão,
E o menino prá vacina
Brincava com outra menina,
Um já quase a desmaiar
Sem ter onde se sentar,
Outro com as pernas tortas
Arrastava as suas botas.
Eis que chamam “cento e dez”,
É agora a nossa vez.
Oh, que sorte marafada,
Estávamos na fila errada.

(A culpa é minha. Desculpa!)