Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Adormecer

Fecho os olhos
E o sono não vem:
Há uma luz a brilhar
No fundo do pensamento,
Como um holofote
Que me procurasse.
Decido esconder-me
Debaixo da almofada,
Esconder-me das sombras
Que vagueiam no nada.

Fecho os olhos
E o sonho não vem.
Em lugar de abraços,
Há mãos que empurram.
Em lugar de beijos,
Há lábios que insultam.
Não há companhia,
Há uma cadeira vazia.
E uma silhueta
Que se afasta na sombra.

Fecho os olhos
E os olhos não fecham.
Teimam em estar abertos,
Em ver-te a afastar,
Como uma sombra,
Lá longe, no nada.
Não te voltas para trás
Nem uma última vez.
Sem um único adeus,
Fico sem sono e sem sonho.