Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
Domingo desportivo
Tal como o post de ontem, este também parece o nome de um programa de TV.
Também não é. Aqui trata-se de desporto mesmo.
Não tem nada a ver com esses programas televisivos onde um bando de anormais histéricos gastam horas a falar dos clubes do regime e dos muitos milhões de proveniência duvidosa que giram à sua volta.
domingo, 30 de setembro de 2018
Sábado musical
Parece o nome de um programa de televisão.
Felizmente não é.
Tive de sair da minha zona de conforto e deslocar-me até Algés. E dei por bem empregue a minha tarde.
Ao contrário dos programas de TV, nada de apresentadores manhosos, nem números 707, nem vedetas duvidosas nem playbacks descarados.
Apenas um grupo de músicos competentes numa festa / apresentação / divulgação, organizada pela Academia de Música de Miraflores.
A banda é composta por:
Josina Filipe - Voz
Bruno Soares - Baixo
André David - Cavaquinho, guitarra, voz
Romeu Ornelas - Guitarra, cavaquinho
O reportório era composto por música portuguesa: Madredeus, António Pinho Vargas, Fausto, etc.
Espero que toquem mais vezes.
domingo, 26 de agosto de 2018
O roedor de tomates
Detesto tomates. É coisa que eu não como nunca. Sopas e saladas não me passam pela goela, e mesmo em arroz ou guisados, os bocados de tomate que encontro vão para a beira do prato.
E no entanto cultivo-os. Em primeiro lugar porque é fácil, em quatro ou cinco pés de tomate às vezes há um que não cresce, mas de uma forma geral pegam sempre.
Depois porque dá-me satisfação vê-los crescer, para compensar muitas outras coisas que planto e não dão nada.
Quando estão prontos apanho-os e dou-os à família.
A semana passada apanhei 1,92 kg de tomates, junto com uma courgete, a última deste ano.
Hoje fui apanhar mais alguns e no meio dos poucos maduros que havia, estavam dois meio comidos.
Nunca me tinha acontecido.
Quem é que me anda a roer os tomates?
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
A indomável vontade
Que ironia, Agora que tenho uma varanda e até uma cadeira para me sentar nela, é que não me apetece escrever.
Resta-me esperar que a vontade volte. Ela anda por aí.
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
A minha casinha
Nem só de crocodilos se alimenta uma guitarra durante as férias.
Levei mais coisas para praticar. Uma delas foi "A minha casinha", que tem estado em estudo nestes últimos meses.
Uma das minhas dúvidas existencialistas agrava-se quando toco esta música. Não sei se são os meus dedos que são pequenos demais ou a guitarra que é grande demais.
A música começa com umas notas em anacruse e depois logo no primeiro compasso não há dedo que chegue. E a cena repete-se quatro vezes durante a música toda. Quase que tenho de levantar o polegar da parte de trás do braço, e depois para recolocar no sitio certo é uma chatice.
Já vi anúncios de métodos para aumentar o pénis. Se houvesse disso para aumentar os dedos é que era bom.
Bem, estou a inventar. Tenho de praticar mais é o que é.
terça-feira, 14 de agosto de 2018
Crocodilo Gena
O Crocodilo Gena foi de férias até à Galiza.
Pela primeira vez levei a guitarra comigo durante as férias. Se estivesse sete dias seguidos sem tocar, aquilo que estava mal, pior ficaria. Praticando um bocadinho a coisa mantém-se no nivel "lixo" das agências de notação.
Esta é a variante B do arranjo de Maxim Chigintsev. A versão completa vai demorar uns meses a aprender. Talvez nas próximas férias.
quinta-feira, 10 de maio de 2018
O festival
Felizmente a minha televisão tem um botão
para desligar.
E mais felizmente ainda, tenho um rádio, um
leitor de cd’s e um gira-discos. É verdade, um gira-discos, que comprei há duas
semanas e ainda não tive oportunidade de escrever um post sobre ele.
Nestas circunstâncias, quem é que precisa
do festival da canção?
Admito (embora tenha muuiiitas dúvidas) que
possa ser um programa de entretenimento aceitável para quem habitualmente vê
televisão, mas fazerem daquilo um “concurso”? E ainda por cima com um “vencedor”?
Não sei se sabem a diferença entre um
vencedor e um escolhido. Vou tentar explicar.
Um vencedor faz qualquer coisa para vencer.
Marca mais golos, corre mais depressa, salta mais alto, atira objectos mais longe,
nada, rema ou veleja mais rápido, come mais peças do adversário (não é canibalismo,
é xadrez), etc.
“Gostos não se discutem” diz o ditado
popular e com razão. Conhecem algum critério objectivo quer faça com que uma
canção seja “melhor” do que outra? Eu não conheço nem acredito que exista. Ou
se gosta ou não se gosta. Tal como se gosta ou não de batatas, arroz, favas ou
chouriço.
O “vencedor” do festival é aquele (ou
aquela, desculpa Bloco por este meu machismo) que tem mais votos, que é
escolhido por mais pessoas . Que ainda por cima e ironicamente é diferente de
gostos.
Antigamente havia os júris, que
supostamente, alegadamente e outras coisas acabadas em “mente” estavam
habilitados a escolher. Agora, além desses há também os possuidores de
telefone, que por esse simples facto se encontram também habilitados a dar
opinião.
E nesta matéria já se sabe qual é a política
do nacional-cançonetismo: que se lixem os gostos, é votar nos nossos que é para
ganharmos, carago.
sexta-feira, 27 de abril de 2018
O bandolim
Uma má notícia esta semana. Quando me preparava para arranjar um novo brinquedo, reparo que o caruncho chegou primeiro do que eu.
É certo que há muito tempo que não pegava no bandolim. Mas nas vezes anteriores que o usei nunca tinha reparado que estivesse atacado pelo caruncho. E pela quantidade de buracos que já tem, isto já deve estar assim há imenso tempo.
Não é só o corpo, o braço também está contaminado.
Tenho de fazer agora uma investigação pelos móveis cá de casa, para tentar perceber de onde foi que o caruncho apareceu.
Já lhe fiz o tratamento mas não sei se vai resolver alguma coisa. Parece já estar bastante atacado. Em alguns locais a agulha da seringa trespassa a madeira dum lado ao outro.
Uma perda irreparável para a música.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
A desarrumação possível
O tempo não pára, e eu também não. O problema é que o tempo anda mais depressa do que eu.
E no espaço de algumas poucas semanas surgiram quase do nada várias coisas para fazer, que não cabem dentro do tempo dispónível.
Trouxe várias caixas de casa dos meus pais. E tenho de lhes fazer alguma coisa rapidamente.
Encontrei perdido no fundo de uma arrecadação um caixote com o meu material de atletismo. Vou dar a algum clube ou treinador que dele necessite, mas primeiro tenho de o tirar da chuva.
Sim, há tanto tempo que a chuva fazia falta, e agora que não me faz falta nenhuma é que aparece.
Comecei por tentar tirar a ferrugem a algumas peças com vinagre, mas parece-me que isso é treta, não vejo resultados nenhuns. E o resto continua à chuva, não posso por as coisas assim como estão dentro de casa.
E por falar em chuva, o meu barracão / oficina mete água. Tenho de arranjar tempo para tentar vedar a zona da porta, aquilo tem muitas folgas e não pode ficar assim.
Desgraçadamente, nem a chuva pára, nem eu consigo arranjar tempo.
É que para piorar ainda mais, lá dentro tem várias caixas de cartão com livros e discos de vinil. Não podem ir para dentro de casa porque têm bichos do papel. Tenho de ver tudo um a um primeiro.
Os discos que vi até agora estão todos em condições mas os livros não. Já foram vários sacos para o lixo. com livros roídos pelo bicho do papel.
Com muita, muita sorte, os livros de desporto em que peguei até agora estavam todos bons.
Mas ainda tenho algumas caixas para ver. Libertando esse espaço, posso usá-lo temporariamente para colocar dentro do barracão algumas das coisas que estão na rua.
E por falar em rua, a horta não dá descanso. As alfaces já não cabiam dentro das garrafas de plástico, e por isso tirei-as. Mas agora tenho de colocar rapidamente uma rede por cima para os pássaros não estragarem todo o trabalho que tive até aqui.
E hoje que fui à cooperativa comprar comida para o cão aproveitei e trouxe de lá mais umas plantinhas para a horta; tomates, pepinos e cougetes. Mais trabalho portanto...
E a juntar a isto tudo temos a língua russa que é preciso estudas um pouco todos os dias, e as notas da guitarra que ocupam cada vez mais tempo.
Era tão bom que a vida pudesse funcionar como a história das fatias de pizza.
"- Quer que divida as horas em quatro ou em oito partes?
- Divida em oito, que é para eu ter mais tempo."
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domingo, 18 de fevereiro de 2018
O ar salgado do mar
Há uma praia distante onde as ondas vêm pousar de mansinho. Grandes blocos de pedra, erguem-se como guardiões, impedindo a fúria do mar de alcançar terra firme.
Sei que daqui a muitos milhões de anos a água mole vencerá a pedra dura. Talvez nem seja preciso tanto tempo, com o aumento do nível dos oceanos, a água mole passará por cima da pedra dura.
Mas por enquanto sinto-me protegido aqui. E posso sentar-me por longo tempo assistindo ao vai e vem das marés, ouvindo apenas as ondas a desfazerem-se em espuma, o vento a soprar para longe os salpicos do mar salgado e as gaivotas a piar enquanto voam em círculos procurando o peixe da próxima refeição.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
A poda
A minha primeira poda.
Quem não sabe, tem de aprender. É o meu caso.
Liga~se a internet, procura-se no google e depois pega-se na tesoura e no serrote.
É preciso cuidado porque a internet não ensina como não cair do escadote abaixo.
A coisa até que ficou com bom aspecto.
Tenho dúvidas é que no verão venha a dar maçãs.
Quase que apostava que não.
Pelo meio ainda dei umas tesouradas na laranjeira.
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018
A construção
As portas fecham-se
E as janelas abrem-se.
No entanto as paredes continuam a suportar
o peso do telhado.
Foi pregando até chegar a uma parte da tábua
onde, devido aos nós, a madeira era mais rija. Os pregos não entravam
facilmente, então foi necessário aplicar mais força. Puro engano.
Devia saber, ou lembrar-se, que não se
martela com mais força, a cabeça de um prego junto à qual está a cabeça de um
dedo. O resultado pode ser…
Tinha agora tempo para pensar. A quantidade
de pessoas que já estavam à espera na sala de espera, quando chegou, não
deixava margem para optimismo.
Talvez que o problema fosse dos sonhos. Mas
não, não podia ser, não acreditava nisso. A verdade é que nos últimos tempos
tinha sonhado várias vezes com martelos. E agora, zás, acontecia-lhe um azar
com um martelo.
Não podia ser, repetia para si próprio.
Tantas vezes que sonhara em ganhar o euromilhões, e até agora nada, continuava
a pregar pregos na vida.
A vida, a sua, era uma sucessão de sonhos
pegados. E não só de noite, de dia, sobretudo de dia, também sonhava, e nada
lhe acontecia, nem só um se tinha tornado realidade.
Portanto, a relação entre sonhar com martelos
e dar uma martelada num dedo só podia ser coincidência.
Ah, as coincidências. Tantas que já lhe
tinham acontecido. Como a martelada por exemplo. Se tivesse tirado o dedo um
instante antes nada disto lhe teria acontecido.
Chamaram agora mais uma pessoa. A vida, ali
dentro daquelas paredes, corria devagar. Tinha tempo para pensar nas muitas
tábuas que tinha para pregar, nas muitas construções que tinha para erguer, nas
muitas coincidências que tinha para enfrentar.
Custasse o que custasse, o telhado não
podia desabar.
domingo, 11 de fevereiro de 2018
Onde anda a desobediência
Sinais dos tempos.
Não há rebanho que não tenha a sua ovelha ranhosa.
Ou não havia, porque até nisso as coisas estão a mudar: os rebanhos agora, a maior parte deles, são criados em "aviários".
Que dizer de um bando de gaivotas, todas iguais, todas alinhadas, sem uma única gaivota ranhosa?
Não vão longe, digo eu.
sábado, 10 de fevereiro de 2018
Brócolos de Mem Martins
Há cerca de duas semanas chegaram a este tamanho e não se desenvolveram mais.
Se não cresceram, os brócolos de Mem Martins vão fazer companhia às couves de Bruxelas na secção das mini hortaliças.
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018
Era uma casa muito engraçada, parte final
A boa notícia do dia é que está pronto.
A má noticia é que está pronto mas não está acabado.
Eu explico.
A cabana está pronta, está toda montada, e posso desde já começar a utilizá-la.
O que falta é prende-la ao chão. Depois, aos poucos e com tempo vou tapar todas as aberturas para o exterior. Cada parte ondulada da chapa representa duas aberturas (uma em cima e outra em baixo) maiores do que a largura de um dedo polegar e por onde podem entrais quaisquer bicharocos.
Mas primeiro vou dar um descanso às mãos e aos dedos. Estão todos estragados. Quero tocar guitarra e não consigo. As cabeças dos dedos estão cheias de golpes e cortes.
A porta também vai precisar de uns reparos porque as duas metades não juntam bem, mas isso será no final porque é mais complicado. Não há muito a fazer porque tem a ver com a estrutura da casa. A solução é colocar uns remendos em borracha pelo interior.
Outra coisa a fazer é colocar um fio de silicone em todos os cantos, esquinas, arestas, pontas, e uniões das várias peças porque ao mais pequeno descuido a chapa corta mesmo
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
Era uma casa muito engraçada, parte 10
Já está. A estrutura ficou pronta hoje. Falta só a porta e mais uns acabamentos de pormenor.
Sem a ajuda que tive hoje não seria possível. Sozinho iria deixar vários parafusos do telhado sem serem colocados, mas assim a dois foram todos colocados.
terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
Era uma casa muito engraçada, parte 9
Ao contrário do dia de ontem, hoje o avanço fui muito pequeno.
Estive a tratar de uma outra casota, a do cão.
Mas não foi só por isso.
Cheguei agora à parte realmente difícil.
Tanto a estrutura como as chapas que formam as paredes foram colocadas com parafusos simples.
Mas as chapas do tecto são presas com parafusos de porca.
Como é que eu vou conseguir estar na parte de baixo a segurar a porca e ao mesmo tempo rodar o parafuso pela parte de cima?
Começando pela travessa do meio, ao primeiro parafuso consigo chegar, ao segundo talvez, mas depois chega a um ponto em que a largura da chapa é superior ao comprimento dos braços...
Não perca as cenas dos próximos capítulos.
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