Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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quarta-feira, 29 de março de 2017
A outra margem
Não tem portagem, não tem alfândega, não tem guardas, não tem fiscais. Serve apenas e só de passagem. Para a outra margem.
A ponte mais pequena do mundo não teve inauguração, não teve derrapagem orçamental, não teve visita presidencial, não tem engarrafamentos, não tem repórteres a reportar coisa nenhuma.
Para quem não gosta de correr, oferece uma excelente oportunidade para uma "corrida na ponte".
Chega-se num instante à meta, na outra margem.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
Ponte sem destino
Passa-se a ponte e chega-se a um território onde só há salpicos das ondas, vento e gaivotas.
É o local ideal para te dizer coisas que não queres ouvir, porque não consegues ouvir: a força do vento é superior à convicção da minha voz.
Depois, porque não há mais nada para dizer, porque o vento agreste corta a pele, porque a espuma das ondas molha-nos a cara como lágrimas que não conseguem sair, atravessamos novamente e ponte, desta vez em sentido contrário, a caminho de nada.
terça-feira, 24 de março de 2015
Uma questão de tamanho
A questão divide opiniões. O tamanho conta?
Para uns sim, para outros não. E há quem opte pelo talvez.
Mas o próprio talvez pode ser subdividido em talvez sim e talvez não.
Divergências à parte, uma ponte, independentemente do seu tamanho, é sempre uma passagem para a outra margem.
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
sábado, 13 de setembro de 2014
Aponte
- Aponte!
E eu apontei. Apontei para o largo mar de
água à minha frente, que por acaso é um rio, e que de tão largo se estende quase
até onde a vista alcança.
- Foi por ali?
- Sim, foi por ali.
Foi por ali que ela foi e nunca mais
voltou. Retirou-se depois da minha resposta. Presumo que fosse por ali também.
Eu fiquei aqui, a ver o largo mar de água
que por acaso é um rio, a espraiar-se à minha frente. Sobre as águas a comprida
ponte que liga à outra margem, a centopeia marinha de cem patas cravadas no
fundo do leito do rio que parece um mar.
Há quem vá por ali e não volte.
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Efémero esforço
Já as sombras da noite cobrem grande parte do horizonte com o seu negro manto. Em breve entraremos no reino do escuro repouso.
Um raio de luz porém, teimoso e persistente, logrou romper a capa de nuvens que o Sol arrasta atrás de si na sua despedida diária, e iluminou por breves instantes a passagem para a outra margem.
Efémero esforço. Em breve extinguir-se-á e o calor da luz dará lugar ao frio das trevas.
domingo, 6 de julho de 2014
A Ponte do Rio Que Vai
O rio que vai da Serra de Sintra até Santo
Amaro de Oeiras chama-se Ribeira da Laje.
Não é portanto um rio na verdadeira acepção
da palavra, apenas uma ribeira. E na localidade de Mem Martins, uma das várias
que atravessa durante o seu trajecto, é atravessada por uma laje de cimento,
que em conjunto com um conjunto de grades de ferro nas suas partes laterais
forma uma ponte, muito útil para o atravessamento de peões e até mesmo de um
ou outro velocípede.
Já por ali passei milhares de vezes. Ainda
sou do tempo em que não existia ponte, apenas uma fila de pedras assentes no
leito da ribeira que permitiam atravessá-la sem molhar aos pés.
Como no tempo das pedras não tinha máquina
fotográfica e agora que tenho não é possível fotografar com retroactividade,
coloco aqui apenas uma foto da ponte tal como ela se encontra actualmente.
Ao escrever este texto dizia-me o OpenOffice que “lage” está mal escrita. E eu que sempre a vi escrita assim, mesmo
na imprensa quando por vezes em épocas de inverno é palco de inundações.
Mas apesar das dúvidas lá fui consultar as
Ciberdúvidas da língua portuguesa. E não é que os dicionários indicam a forma
escrita com “j”?
Tive portanto que corrigir o texto. Mais
uma coisa que aprendi hoje.
quarta-feira, 26 de março de 2014
O ferro
Porto, Ponte D. Luis, 24 Agosto 2010
De ferro se fez a estrada,
Um caminho para andar,
Ponte para atravessar,
Partindo rumo ao nada.
De ferro se fez a estrada,
Um caminho para andar,
Ponte para atravessar,
Partindo rumo ao nada.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
As cores
Alguém versado na matéria me poderia vir dizer que a cor X representa isto, ou que a cor Y significa não sei o quê.
Para mim são apenas cores. Se tiver que significar alguma coisa é apenas a minha vontade de brincar com o programa de tratamento de imagem.
Lá mais para a frente (quer dizer, daqui a muuuuito tempo) espero conseguir fazer uns efeitos especiais engraçados. Para já isto é básico, mas mesmo assim diverti-me imenso.
As fotos foram tiradas em 11 Janeiro 2014 e modificadas durante os dias seguintes.
Mais fotos na minha página WebPicasa
https://picasaweb.google.com/104016268436238696301/201401Cores
sábado, 11 de janeiro de 2014
A ponte
Lisboa, Ponte Vasco da Gama, 10 Janeiro 2014
A ponte é uma passagem.
De que serve, porém, se na outra margem o
vazio for igual, se não conduzir a lugar nenhum, se não houver ninguém à nossa
espera?
domingo, 10 de novembro de 2013
A ponte
Tarouca, Ucanha, Ponte Fortificade de Ucanha, 17 Julho 2010
O silêncio manso do vale apenas interrompido pelo canto dos pássaros e pela água a murmurar baixinho junto às rochas que ladeiam as margens do rio, foi agitado pela intempestiva chegada de um grupo de cavaleiros.
Tarouca, Ucanha, Ponte Fortificade de Ucanha, 17 Julho 2010
O silêncio manso do vale apenas interrompido pelo canto dos pássaros e pela água a murmurar baixinho junto às rochas que ladeiam as margens do rio, foi agitado pela intempestiva chegada de um grupo de cavaleiros.
O som abafado do cavalgar na terra seca e
poeirenta deu lugar, quando se aproximaram da ponte, ao estridente som metálico
dos cascos contra as pedras da calçada.
Diminuíram a sua marcha, e avançaram
reagrupados e em passo lento até ao pesado portão fechado, em frente do qual
pararam.
Do alto da torre uma voz perguntou: Quem
vem lá?
Um dos cavaleiros fez a sua montada dar um
passo em frente e respondeu:
- Gente de bem, Dom Gualdim Espadachim,
Senhor de Riba Monte, regressa a casa depois de ter dado uma lição aos infiéis
de Além Rio, com a ajuda de São Tiago.
- Que os Céus vos tragam em Paz, respondeu
a mesma voz. Porém conheceis as regras de passagem instituídas por Dom Venâncio
Ganâncio, o senhor meu amo e dono destas terras?
- O saque que trazemos será suficiente para
pagarmos o tributo que nos for exigido pela passagem, acrescentou o mesmo
cavaleiro.
O
resto da história já é conhecido. Desde tempos imemoriais e até ao presente, com
o apoio dos santos, os Gualdins saqueiam e os Venâncios extorquem as populações
indefesas. Tudo gente de bem e tudo por causa da infidelidade.
Que,
quer no seu sentido lato quer no restrito, será tema para outro dia.
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