Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sábado, 8 de abril de 2017

GDST - Coleccionismo


Hoje foi dia de coleccionar pacotes de açúcar. O Grupo Desportivo Santander Totta organizou um convívio de coleccionadores e lá fui eu.
Não preparei as coisas como gostaria. Sou aprendiz de guitarrista, aprendiz de carpinteiro, aprendiz de agricultor, como é que eu posso ter tempo para os pacotes de açúcar?
Peguei em três pastas da minha colecção para mostrar algumas formas diferentes de arquivar, peguei numa caixa com repetidos desde o último encontro de coleccionadores a que fui há quatro ou cinco anos, à qual juntei à pressa algumas séries repetidas recentes e foi tudo o que consegui.


Tenho tudo atrasado. Tenho as séries arrumadas por ordem cronológica até 2013. Daí para cá...
Quanto aos pacotes individuais é melhor nem falar.
Eu próprio sou um atraso, tanto que hoje nem consegui chegar a horas, cheguei atrasado. O lado bom dos atrasos é que às vezes há surpresas positivas e eu hoje tive uma. O carro ficou estacionado bem longe da sede do grupo desportivo, e no trajecto encontrei uma pessoa conhecida. Melhor dizendo, a pessoa é que me encontrou a mim, que eu além de atrasado sou desastrado.


Trouxe alguns pacotes que não tinha. Não foi o mais importante. O mais importante mesmo foi o convívio com os (poucos) coleccionadores que já conhecia e com os que passei a conhecer hoje.
Se o tempo livre ajudar, espero da próxima vez ter as coisas mais bem arrumadas


O pós almoço não foi muito longo porque tinha à minha espera uma mudança de casa para ir ajudar.
Obrigado a todos os companheiros pelo dia de hoje e espero que nos voltemos a encontrar.
















sexta-feira, 7 de abril de 2017

Кунжутная паста


Ofereceram-me um frasquinho com um produto lá dentro. O rótulo diz "Кунжутная паста".
O nome não pressagiava nada de bom, mas como quem o ofereceu merece toda a minha confiança, decidi averiguar a questão.

Lancei os dedos ao teclado e pesquisei no Google. O que o rótulo diz é simplesmente "pasta de sésamo (gergelim).
E agora? O que fazer com isto?
Mais umas quantas pesquisas com poucos resultados, porque o que me apareciam eram receitas para fazer a pasta. O que até é bem fácil e fiquei a saber que é um produto originário do Médio Oriente e o nome original é "tahine".

Mas o que eu queria mesmo eram receitas de como usar a pasta já feita, e depois de muito pesquisar encontrei.

http://www.eucomosim.com/receitas/receitas-com-tahine/


Nem foi preciso procurar mais. Esta receita tinha um ingrediente milagroso, o grão, e mesmo que o resultado final não fosse bom, podia comer apenas o grão.
É que melhor do que um prato de grão, só dois pratos de grão.


Mas... olhando bem para o cardápio de produtos, há ali muita coisa que precisa de ser mudada.
Mais do que fazer uma mudança, é preciso fazer uma melhoria.
Cebola? Alho? Salsa? Argh!
Não há memória de um prato meu com esses ingredientes.


Feitas as contas, a coisa ficou assim:
A parte do grão contém: grão, azeite, manjericão (em vez do cominho que não havia), canela e sal.
Mudei (e retirei) alguns ingredientes, mas mantive as mesmas proporções da receita original.


A parte do molho ficou assim:
Pasta de gergelim, alho em pó, sumo de limão, azeite, mel, sal, pimenta, água.


Para a salada usei como ingrediente principal a alface. Salada que é salada tem de ter alface. Na terra de onde eu venho, a distante galáxia de O-Direito-À-Diferença-Existe-E-Quem-Não-Aceita-Deve-Ser-Morto, as palavras salada e alface são quase sinónimos.
Os restantes ingredientes, além da alface são a cenoura ralada, passas, queijo fresco, sal, pimenta.


E chegou a hora da prova. Tal como os imperadores romanos, eu também tenho um bocado de medo de ser envenenado.
A minha apreciação final é que feito por mim estava delicioso. Sobrevivi e estou à espera da minha estrela Pirelli.

It is approved Inna, You can send more, eh eh eh.
Спасибо


quinta-feira, 6 de abril de 2017

Flores de quê


Esta é a árvore das flores de quê.
Quando a árvore der frutos, ficarei a saber do que são as flores e do que é a árvore.
Por enquanto não sei.
Se isto fosse uma casa de apostas, eu apostaria em ameixeira, mas sem muita convicção.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Na noite


Confesso que já não me lembrava. Tantos anos se passaram, tantas memórias já esquecidas, tantas imagens desvanecidas e distorcidas.
Os sonhos têm essa capacidade, de nos fazer transcender as limitações que a vida física nos impõe. Mas nos sonhos também se cometem erros. E eu comecei logo pelo erro de não te reconhecer.
Estavas ali, mas para mim eras uma estranha. Foi preciso que me dissesses quem eras.
O meu primeiro pensamento foi: "Como a vida é estranha". Mal sabia eu que aquilo não era vida, era sonho. São coisas diferentes, sabes? Digo-te eu.
Não te disse, mas pensei que a vida é realmente estranha. Foste-te embora e no entanto estavas ali. Porque voltaste? Não ousei perguntar. Não tinhas mais nada para fazer, disseste um dia. O que estavas ali a fazer agora? Não quis saber.
Estavas ali e eu deixei-te ficar, como se fosse uma coisa natural. Cometi um erro mas tenho desculpa, pois não sabia que era um sonho.
.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Sai um hostel para o prédio do canto


- Aqui era o quarto onde aqueles objectos dormiam, deitamos esta parede abaixo e ali pode ficar a caixa registadora. O que acham?
- Acho muito bem senhor engenheiro, o projecto todo está excelente, parabéns.
- Obrigado sôtor, mas eu é que tenho de felicitá-los pelo vosso empreendedorismo.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

No silêncio da tua passagem


Passas em silêncio, confundes-te com a noite.
No silêncio das palavras que não dizes, aceleras o passo como se a tua presença estivesse deslocada e quisesses desaparecer.
Talvez estejas deslocada, talvez a noite não te pertença, talvez o teu silêncio diga mais do que as palavras que não dizes.
Talvez o silêncio da noite seja o transporte que te leva até casa depois de um longo dia de trabalho.
Depois, no silêncio do quarto, descansas tanto quanto se pode descansar sabendo que as horas estão sempre contadas e que amanhã há mais um dia, mais trabalho, mais noite e mais silêncio a crescer-te na voz.

domingo, 2 de abril de 2017

Caminhando


Percorro descalço os caminhos de areia onde as ondas vieram depositar os seus restos.
Enterro os pés na areia a espero pela próxima.
Lá vem ela, devagar, porque a maré baixa é sinónimo de vagar, que as ondas também se cansam.
Lentamente a água transforma-se em espuma e avança até se desvanecer a dois passos de mim.
É a minha vez de avançar, porque a água já não tem força para chegar onde eu estou.
É um bailado tropego: eu que nem sei dançar, avanço ao ritmo do recuo das ondas.
Depois, com o Sol quase a desligar o interruptor da claridade do dia, despeço-me das ondas que me acompanharam durante estes largos minutos.
O caminho de regresso agora é a subir.