Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

As luzes


Não consigo distinguir se as luzes brilham todas com a mesma intensidade ou se há luzes mais fortes.
Se houver luzes mais fortes poderá haver a tendência para ser atraído por elas. Se forem todas iguais não saberei para qual me virar.

Em contrapartida, poderá haver a atracção pelo escuro, pelo nada.

domingo, 29 de dezembro de 2013

O raio verde

                         Sintra, Praia da Adraga, 20 Agosto 2013

Disse Júlio Verne que o último raio do Sol quando se põe é verde.
Obviamente é história, obviamente é ficção.
Mas, e se fosse verdade?
Hoje vi o por do Sol e não queria que fosse verdade por duas razões.
Na verdade já o vi centenas de vezes e não tenho razões para acreditar que seja verdade.
Estou a delirar.


sábado, 28 de dezembro de 2013

Faz-de-conta


Os bichos-faz-de-conta queriam que eu puxasse da calculadora e me juntasse à brincadeira.
Não posso, nem quero, fazer de conta que não brinco.
É que não brinco mesmo.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

As pessoas-objectos


No mundo das pessoas-objectos a vida é um choro contínuo.
Aos poucos vai-se transformando no grito da indignação, no esbracejar da revolta, até atingir, oh suprema evolução, o riso do desprezo.

É preciso porém, estar atento aos que se acomodam à chupeta da submissão. Esses são os perpetuadores do sistema e portanto, muito perigosos.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Previsões


You are predictable

Quem, eu???
Talvez fosse um elogio, mas para mim pode ser um insulto. Não cabe num blog de filosofia barata uma análise profunda sobre a previsibilidade, isso é mais coisa para um Tratado sobre a (im)previsibilidade, no entanto não pode haver, em circunstância nenhuma, generalizações de qualquer tipo, e muito menos deste.
Donde, posso concluir, que sou (mas não da maneira que me querem fazer) e não sou.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Azul

                                       Sintra, Praia Grande, 20 Dezembro 2013

A vastidão azul do horizonte
É mais pequena que o pensamento:
Milhões de ideias em cada momento
Esquecidas, pois não tenho as quem as conte.

A vastidão azul do mar sem fim
É mais pequena que a solidão
No meio das ondas brancas falta a mão
Que me possa salvar de ser assim.

Tão perto mas tão longe em cada instante
A branca espuma, a areia, o vento, o mar.
Pegadas sem destino conhecido

Por todo o areal de forma errante.
Praia onde os sonhos não sabem amar
Perdidos num lugar desconhecido.


sábado, 21 de dezembro de 2013

Árvore de Natal

                                                            Mem Martins, 21 Dezembro 2013

A guitarra é de madeira, a madeira vem da árvore, logo isto é uma árvore de Natal.
Em terceiro grau, mas é!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Vista de mar

                                       Sintra, Praia Pequena, 20 Dezembro 2013

Janela com vista para o mar

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Prós e contras

                                        Lisboa, 20 Julho, 2012

Estava difícil a escolha. Tive que pesar bem os prós e os contras, para tentar não me enganar de novo.
Por fim, depois de muito pesar, e muito pensar também, cheguei a uma conclusão. Mas aí, descobri que não devia ter pesado os prós e os contras, devia ter medido.
Pois é, a unidade de medida era outra.
Apesar de contrariado pelo acréscimo de trabalho, refiz os cálculos na esperança de chegar a um resultado diferente. Afinal a solução inicial não me agradava.
Eis que chego a uma conclusão igualmente parecida, ou seja contraditoriamente diferente.
Se antes tinha descoberto que não seria possível, agora fiquei a saber que seria impossível. Apesar de conduzirem a resultados semelhantes são situações completamente diferentes, e independentes da unidade de medida utilizada.
O que em certa medida me tranquilizou. Preparei-me pois para meter mãos à obra.
Aqui para nós, a parte que era possível não me interessava para nada.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Escadas

                                                        Cascais, Guia, 6 Dezembro 2013

Há escadas que sobem, há escadas que descem, e há outras que não levam a lado nenhum.

A verdade é que o local onde se pretende ir depende da pessoa e não da escada.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Orvalho

                                          Mem Martins, 17 Dezembro 2013

Estás a ver? É o orvalho.
Molha-nos


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

If you're drinking don't drive


If you're dinking don't drive, whatever it is.
See what happens when someone drinks and drives a Flying Carpet.
Photo taken on the Land of Thousand and One Trees.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Baba Yaga


It was a hot summer night. I was laying on the grass facing the infinite sky, full of millions of shining stars.
The earth was still warm from daylight Sun, the bed of herbs and leaves was soft and fluffy, the only sounds were my own breathing, the whisper of the wind on the trees and the hoot of a distant owl.

From time to time a falling star lights up in the celestial dome. Small signs of movement in an Universe that seems static.
Slowly my eyes began to close and I ceased to see the Polar Star, The Milky Way, and all the remaining millions of small dots that garnish the whole sky.


Suddenly a flying mortar appeared and stopped right in from of me. A hand appeared over the edge wielding a pestle and I heard a voice saying:
- I came to take you.
- Where are you taking me?
- To your beloved one.

The simple mention of her removes all the fear from my thoughts. I entered the mortar and we flew across the universe to a distant planet.
It was day, the sky was pink and instead of clouds there were huge flowers hanging from the top. Daylight was so intense I closed my eyes for a moment.

I felt a hand settled on my own hand.
- Baba Yaga, is that you? I asked.
The only answer was a greater grip on my hand.
I opened my eyes and…

She was there by my side, holding my hand and smiling at me.


(fotos tiradas hoje em Mem Martins e Algueirão)

sábado, 14 de dezembro de 2013

Arco íris

                   
                                     Mem Martins, 15 Novembro 2011

Nem sempre o arco íris tem um pote cheio de moedas de ouro no final.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Quando (actualização)


Já tinha publicado este poema aqui. Chegou agora a hora de publicar também o vídeo.

Quando quando se transforma num verbo irregular está a gramática toda fodida.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A roubalheira


Sou adepto de um clube ladrão. Daqueles que roubam pontos.
Pontos que já estão atribuídos antes do campeonato começar.
Têm as “entidades” tanto trabalho em fazer um “sorteio” que permita supor que “a bola é redonda” e “são onze contra onze”, e depois vêm estes clubes ladrões e roubam pontos.
Como é que pode haver verdade desportiva assim?

“Notícia” original aqui:


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Petrof

                                                          Sintra, Biblioteca Municipal, Junho 1984 ?

Sooool Si Lá Sol Lá Si Sool
Sol Ré Ré Si Si Lá Dóóóó...

A única coisa que se aproveita aqui é o piano.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A rodinha

                                                            Mem Martins, 8 Dezembro 2013

O equilibrio não se mede pelo tamanho da roda.

domingo, 8 de dezembro de 2013

O aspecto

                                               Mem Martins, 7 Dezembro 2013

O aspecto pode ser a solução que resta a quem já nada tem a ver com a realidade.

sábado, 7 de dezembro de 2013

A Lua

                                               Mem Martins, 6 Dezembro 2013

Talvez a Lua esteja quase a desaparecer.
Por hoje, porque amanhã volta de novo.
E depois de amanhã.
E depois de depois de amanhã.
E depois de…
E quando voltar volta igual.
Mas nem tudo o que volta, volta igual.
Nem tudo volta.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O tronco

                                           Mem Martins, 10 Julho 2010

O tronco nu
De ramos abertos
E copa desgrenhada ao vento
Espera que tu
Colhas os frutos
Que são a base do teu sustento.


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A nuvem

                                    Mem Martins, visto do Miradouro de Sta. Eufémia, 5 Maio 2012

A nuvem é passageira. Todas elas o são. Só que às vezes não passam como ou quando a gente quer.
Estava eu no miradouro de Santa Eufémia para ver a maior lua do ano. E só vi nuvens.
Mas, por outro lado se não fossem as nuvens, esta fotografia não teria graça nenhuma.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O Castelo

                                            Pombal, Castelo, 11 Abril 2010

Não passarás, diziam uns.
Abaixo, gritavam outros.

Os anos passaram, eu passei por lá e vi a quantidade de pedras que o tempo deitou abaixo.


domingo, 1 de dezembro de 2013

O Espelho

                                              Pombal, Castelo, 11 Abril 2010

Espelho: dois lados, uma só realidade.