Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
sábado, 30 de abril de 2016
A mesa (parte 15)
A parte final do tratamento da mesa. Agora é só esperar que seque.
Parece-me bem a cor assim, não vou dar mais nenhuma demão.
Sinto-me um mestre das trinchas e dos pincéis, um da Vinci dos tempos modernos, o Pablo Picasso de Mem Martins.
Esta é a minha Guernica. Fascismo nunca mais.
sexta-feira, 29 de abril de 2016
A mesa (parte 14)
Finalmente a montagem. Agora vai levar uma demão de cuprinol na parte superior do tampo (ainda não tinha levado nenhuma, só na parte inferior) e amanhã o passo final que é a aplicação da velatura (protector de madeira). Dependendo do tom com que ficar depois decido de dou uma ou duas demãos.
quinta-feira, 28 de abril de 2016
A mesa (parte 13)
A técnica do sabonete. Usada por carpinteiros nos quatro cantos do mundo, mesmo que o mundo seja redondo e não tenha cantos.
A prova de que o sabonete não serve só para lavar. Aliás o sabonete não serve para lavar, o que lava é a água. Lava tudo até as más línguas.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
A mesa (parte 12)
- Onde é que lhe dói?
- Ai doutor, é aqui neste pé.
- Bom, vou dar-lhe uma injecção.
- E isso resulta?
- Se resulta. Olhe até lhe digo mais vou dar-lhe também uma injecção no outro pé, assim não volta cá a queixar-se com dores nos pés.
E pronto, de pincelada em pincelada, a coisa está quase a chegar ao fim.
segunda-feira, 25 de abril de 2016
A mesa (parte 11)
A corda é um dos melhores amigos do homem. É útil em quase todas as situações e pode ser utilizada de várias maneiras, incluindo ao pescoço.
Hoje foi dia de comprovar isso mesmo. Acabei de lixar o tampo e não só. Lixei também os joelhos que isto de andar de gatas em cima da mesa também desgasta.
Acabado o trabalho de rua. era tempo de levar a mesa para dentro de casa.
É aqui que entra em serviço a corda.
Vitória, vitória, mas não acabou a história. Não quero arriscar mais com possíveis chuvadas que ainda possam vir, por isso o que falta vai ser feito dentro de casa.
Os pés já levaram uma demão de cuprinol e vão levar outra. O tampo vai agora levar também cuprinol e depois será tudo "pintado" com um protector de madeira para dar alguma cor.
domingo, 24 de abril de 2016
Errare humanum est
Às vezes cometemos erros.
Acho que desta vez foi um problema de física quanti ca: a quanti dade de graus daquele ângulo é muito elevada, só pode ter noventa.
De qualquer forma não foi este o único erro. Não gosto do aspecto final da coisa, o próximo vai ter de ser diferente.
sábado, 23 de abril de 2016
Sentados na areia
Conhecer não é saber. Conhecia-a não não sabia quem ela era, nem o que fazia, nem o que pensava, nem o que queria, nem para onde ia.
Uma vez chegou a pensar que... mas não, a ideia era absolutamente estúpida. Uma outra vez teve a ousadia de perguntar, mas no momento seguinte arrependeu-se logo de o ter feito. Ficou na mesma ignorante, não aprendeu nada. Não percebeu nada do que ela disse, naquele estilo de linguagem que fala mas não diz nada.
De certa forma sentiu-se aliviado. Uma sombra de dúvida pairou sobre o seu espírito, ficou sem saber se era propositado ou se alguma limitação a impedia de dizer coisa com coisa.
Talvez fossem horas de voltar, o Sol já se tinha posto há alguns minutos e a claridade que restava já não era muita.
Levantou-se, sacudiu a areia das calças e apenas por hábito estendeu a mão. Sabia de antemão que ela a iria ignorar e se levantaria sem qualquer tipo de ajuda.
No meio de tanto desconhecimento, era a única coisa que sabia dela.
sexta-feira, 22 de abril de 2016
O Exterminador Implacável
O quê? Roundup? Monsanto?
Puta que os pariu.
Em conversa com um amigo falei-lhe nas “minhas”
ervas e ele ficou de me emprestar um produto mais um pulverizador que tinha em
casa da mãe. Só que quando olho para o frasco…
Tinha presente na memória porque foi há
poucos dias, a votação no parlamento para a proibição dos glifosatos. É obvio
que não iria usar aquilo. Nem havia muito que pensar, a dita empresa há muito
que estava na minha lista de boicote total.
Além de uma questão de cidadania é uma
questão de saúde pública.
Tinha no entanto que arranjar uma solução.
Fiz então aquilo que devia ter feito em primeiro lugar: pesquisar.
E encontrei de tudo um pouco e às centenas.
Desde queimar as ervas com água a ferver até receitas com vodka, ou gin, ou
vinagre de maçã, ou sal de rocha, há de tudo.
Não pensem que estou a gozar, vejam estas
duas ligações como exemplo. Há centenas delas parecidas.
Primeiro tive que parar de rir do ridículo
destas situações. A água a ferver deve ter sido ideia de algum monárquico
ranhoso, saudoso dos tempos em que deitavam água a ferver pelas ameias dos
castelos, sobre os inimigos.
Quanto às receitas em si, acho ridículo primeiro
alguns dos ingredientes usados, depois o preciosismo das dosagens algumas das
quais com aproximações ao grama ou ao mililitro, como se isto fosse alguma
receita ultra sofisticada.
O que fiz foi basicamente aproveitar umas
coisas de umas receitas e outras coisas de outras e misturá-las a olho, criando
assim a minha própria receita.
É importante referir que li algumas dezenas
de páginas e não encontrei duas iguais, mesmo naquelas que tinham os mesmos
ingredientes, as quantidades eram o mais díspares possíveis.
A minha receita é esta: num garrafão de
água vazio coloquei um litro de água, uma caneca daquelas de pequeno almoço de
sal, outra caneca de vinagre e uma pequena esguichadela de detergente da loiça.
Depois de bem misturada aplico com um pulverizador.
Daquilo que li depreendi o seguinte: o
vinagre sendo um ácido, ataca as plantas corroendo-as; o sal absorve a humidade
e seca as plantas por desidratação; o detergente tem como função fazer com que
o liquido em vez de escorrer para o solo adira às folhas e caules prolongando
assim a sua acção.
Uso água quente, tirada do esquentador,
apenas para que o sal se dissolva melhor. A primeira vez que fiz usei água fria
e mesmo depois de muito agitar o garrafão uma grande parte do sal ficou no
fundo.
Vi uma página que chama a atenção (a
vermelho) para colocar apenas uma colher de chá de detergente, e com cuidado!
Porquê? Não explicam. Eu deitei umas gotas, uma pequena esguichadela, para
dentro do garrafão e a coisa não explodiu.
As fotos mostram um corredor cheio de ervas
junto ao muro, antes e depois da primeira aplicação. No dia seguinte repeti, e
passado umas horas as folhas já estavam bem secas.
A ciência vive de experimentação e erro,
não de fé, dogmas ou ideias pré concebidas, por conseguinte esta receita está
em permanente actualização. É pouco provável que eu tenha acertado na receita
ideal logo à primeira.
Tenho mmmmuuuiiitas ervas para pulverizar, portanto
vou ter de fazer muitos litros de mistura. Nas próximas vezes vou variar um
pouco. Por exemplo, talvez não seja preciso uma quantidade tão grande de sal e
de vinagre, por isso vou reduzir e comparar os resultados com as aplicações
anteriores.
Ou, por outro lado, se aumentar um pouco as
doses, talvez mate logo as plantas sem precisar de aplicar uma segunda vez.
É tudo uma questão de ir experimentando e
comparando os resultados.
Por agora é tudo, despeço-me com amizade até ao próximo programa.
ACTUALIZAÇÃO:
Ao fim de três dias as ervas estão como
mostra a foto.
quinta-feira, 21 de abril de 2016
A mesa (parte 10)
Após uma semana sem dar descanso, a chuva desapareceu um pouco, embora não totalmente, pois hoje voltaram a cair alguns pingos.
No entanto os últimos dias têm sido substancialmente diferentes para melhor o que tem permitido retomar o trabalho.
Aquela que seria a parte mais fácil do trabalho, lixar uma superfície plana, está a revelar algumas dificuldades. A parte de baixo do tampo não apresentou problemas e foi rápida, mas a parte de cima...
Não sei o que aquilo tem, se é verniz ou cera ou outra coisa qualquer, que empastela as folhas de lixa e não rende nada. A lixa fica cheia de grumos, desliza em cima da superfície e não raspa nada. Passados poucos minutos está boa para ir para o lixo e tenho que colocar outra.
A solução que encontrei foi lixar com lixa para metal. Continua a ser um bocado demorado, mas a lixa aguenta-se mais sem se estragar e nota-se que vai lixando. Passando a mão na madeira sente-se a superfície um pouco mais rugosa do que o restante, mas não há outra solução. no fim resolve-se passando com lixa de madeira.
quarta-feira, 20 de abril de 2016
O poiso das gaivotas
- Ei, vês por aí alguém?
- Não, daqui não vejo nada, pergunta àquela que está lá no alto.
- Ei, tu aí no alto, vês alguém a passar?
- Não, só um gajo ali ao fundo a tirar fotografias.
- Bolas, nunca mais passa ninguém e eu cheio de vontade de ir à casa de banho.
terça-feira, 19 de abril de 2016
Samouco
Uma noite mal dormida com a pressa de não acordar tarde.
Uma viagem feita no escuro às escuras, até um ponto desconhecido.
Uma longa espera pelo nascer do Sol.
Uma frustrante espera por milhares de aves que nessa madrugada não voaram.
segunda-feira, 18 de abril de 2016
O caminho das pedras
Eram muitas, mas eram quase todas pequenas. Não havia nenhuma pedra grande o suficiente onde se pudesse sentar por uns instantes. E que bem que lhe saberia sentar-se e descansar.
Não parecia mas era inverno e a quantidade de roupa que vestiu por precaução agora atrapalhava bastante. A roupa colava-se ao corpo com a transpiração e dificultava os movimentos já de si difíceis porque as pedras resvalavam debaixo dos pés.
Mesmo sem assento resolveu parar. Virou-se para trás, puxou o boné para a testa para proteger melhor os olhos da luz intensa e ali ficou a contemplar o carreiro íngreme que subia pela encosta.
Tão pouca coisa mas tanto para ver. Apenas pedras, vegetação rasteira e o mar ao fundo. Poucas coisas que no seu conjunto formavam uma paisagem deslumbrante.
O pior era o resto do caminho que ainda faltava.
Baixou-se e pegou numa pedra. Olhou-a demoradamente por todos os lados e guardou-a na mochila. Era uma recordação, como habitualmente fazia.
Quanto tempo teria esta pedra? Uns milhões de anos certamente, como qualquer pedra que se preza. Talvez fosse do tempo do Jurássico. Do Jurássico não, pensou depois de reflectir, não parece haver por aqui pegadas de dinossauros, talvez do Cretáceo.
Riu-se sozinho, contente com a sua ignorância sobre pedras, voltou a colocar a mochila aos ombros, e reiniciou a subida.
Olhando o cimo da encosta fez uma pausa, soltou uma gargalhada e disse bem alto "as lá de cima são do Cretáceo Superior".
domingo, 17 de abril de 2016
Uma pausa na intempérie
Muito, mas mesmo muito tempo depois, eis que finalmente aparece um dia sem nuvens e sem chuva.
Um dia bom para dar algum uso à máquina de lavar. É que o meu stock de roupa lavada estava a chegar ao fim.
sábado, 16 de abril de 2016
Agricultura de principiante
A plantinha da esquerda tem cerca de um ano e dois meses, provém de um caroço de limão e tem até agora duas folhas.
A plantinha da direita tem três ou quatro semanas, provém de um caroço de maçã reineta e já tem quatro folhas.
A diferença é que o caroço de maçã desenvolveu-se rápido porque foi colocado em terra proveniente da terra, enquanto o caroço de limão tem estado até agora em "terra" vinda daqueles sacos que se compram nos supermercados.
Conclusão até agora: terra a fingir não é terra.
Vamos ver como se comporta daqui em diante.
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Open space
O conceito "open space" é usado já há bastante tempo em escritórios, um pouco por todo o lado.
Recentemente arranjei uma oficina com o mesmo conceito. A única diferença é que na oficina quando chove lá fora, também chove lá dentro.
quinta-feira, 14 de abril de 2016
A parede
Era uma parede oca. Não por dentro mas por fora, que a vida lhe tinha fugido em todas as direcções. Do interior rasgado espreitava um Sol que entrava por onde já não havia telhado. Não se demorava muito tempo e saia sem precisar de autorização que a vidraça escancarada não oferecia resistência.
O interior vazio combinava com o exterior deserto. O chão servia de pasto a ervas que cresciam até ocuparem todo o espaço, criando uma floresta que servia de abrigo aos animais da zona.
A parede oca não resistiria por muito mais tempo. Um dia o vento trazido pela passagem dos anos sopraria os tijolos que restassem para bem longe. As ervas daninhas, essas haviam de ficar, apenas mudariam de nome. Seriam um hotel ou um condomínio. Ou as duas coisas.
quarta-feira, 13 de abril de 2016
Em busca do peixe perdido
- Eu ia jurar que tinha visto à bocado um peixe por aqui.
- E não o apanhaste?
- Não, à bocado não tinha fome, agora é que tenho.
- Bem, então continua a dar às asas, em breve aparece outro.
- Ei! Vocês aí! Façam pouco barulho que eu quero descansar.
terça-feira, 12 de abril de 2016
O trilho perdido
Há mais de dois mil anos que se sabe que todos os caminhos vão dar a Roma.
Isto aqui não é própriamente um caminho, mas ainda assim há-de ir ter a qualquer lado.
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Música em videoconferência
A música chama-se Melody e é de Fernando Sor.
É uma peça para duas guitarras. A primeira toco-a eu, a segunda gravei-a no computador através do MuseScore 2.0.
domingo, 10 de abril de 2016
Um dia igual aos demais
Despiu-se
rapidamente que o tempo estava frio, depois vestiu o pijama e enfiou-se dentro
da cama. A magra conta bancária não lhe permitia ligar o aquecedor muitas vezes,
e de tanto poupar habituou-se à rotina de enfrentar o frio. O corpo habitua-se
a tudo, e além disso sempre ouviu dizer que o frio enrija os ossos.
Já
de olhos fechados reviu o dia que agora terminava. Nada de novo. O microciclo diário
– acordar, viver, adormecer - era em tudo semelhante ao macrociclo da vida –
nascer, viver, morrer.
Podia
dormir descansado.
sábado, 9 de abril de 2016
Zona de paisagem desprotegida
sexta-feira, 8 de abril de 2016
A mesa (parte 9)
Que se lixem as constipações e gripes. A mesa lixo eu. O tempo não ajuda, está frio e vento (muito) mas com a quantidade de pó produzido esta parte do trabalho tem que ser assim, em t-shirt e calções de praia.
No intervalo de mais uns dias de chuva, o processo vai continuando. Agora só faltam as laterais e a parte de cima do tampo.
Há ainda um canto lascado, mas trato disso depois de virar o tampo ao contrário.
Agora todos os dias tenho o trabalho extra de voltar a colocar o tampo encostado à parede no fim do trabalho. A semana passada deixei-o ficar no chão porque o tempo me parecia bom, e durante a noite a chuva voltou para ficar mais dois dias. Com mais três dias até secar novamente, foram cinco dias perdidos.
quinta-feira, 7 de abril de 2016
A curva do rio
À medida que o barco deslizava na corrente a distância aumentava e o tamanho diminuia. A figura humana que acenava estava reduzida à dimensão de um dedo polegar. Em breve não seria maior do que uma unha.
Antes que tivesse tempo de diminuir mais a curva do rio interpôs-se, fazendo com que fosse esta a última imagem, a que perduraria na memória.
quarta-feira, 6 de abril de 2016
O arco
O tecto está enegrecido pela chama dos archotes. A parede tem manchas de humidade no lado de onde a chuva e vento descem à terra com mais frequência.
E no entanto isto não o impede de, sempre que pode, se deslocar ali para contemplar a beleza interior, À falta de autorização para descer à rua, é da janela do primeiro andar que a sua amada conversa consigo por sinais, que as paredes têm ouvidos.
terça-feira, 5 de abril de 2016
O caldo entornado
À primeira colherada a coisa passa.
À segundo torce-se um bocado o nariz.
À terceira começam os problemas.
Depois dá-se um murro na mesa e fica o caldo entornado.
segunda-feira, 4 de abril de 2016
Esta chuva molhada
A chuva caia com força e fustigada pelo
vento. O mar, apesar de bravo deixava ver uma larga extensão de areia porque a
maré estava baixa. Era o tempo ideal para um passeio pela praia.
Porém o banco do lado estava vazio. Ela não
estava, para repetirmos o que já fizemos mais que uma vez.
E, não sei se é psicológico ou não, sozinho
parece que a chuva molha mais.
sábado, 2 de abril de 2016
Ontem
Há coisas de que nos esquecemos, há outras
de que não nos queremos lembrar. Ficam todas arrumadas na memória num local
chamado ontem.
O ontem da memória é equivalente ao amanhã
da vontade: amanhã faço, amanhã começo, amanhã digo. Um local imaginário
povoado de sonhos ou fantasmas, conforme os casos.
Contráriamente ao que está por vir, o que
já aconteceu por vezes vem-nos à lembrança da forma que menos esperamos.
Tentava esquecer-me dela. Não havia motivo
nenhum para me lembrar de nada simplesmente porque não havia nada para lembrar,
tudo tinha sido um erro.
De repente, enquanto andava pela rua fora,
escorrego, quase caio, e antes de dar com o nariz no chão vejo a cara dela ali
à minha frente. Era imaginação a cara, mas a queda foi bem real. Tudo porque
debaixo do sapato estava a origem da escorregadela e da lembrança, uma flor que
alguém largara no passeio, e que eu, distraído como sou, pisei.
A flor era igual a uma que eu em tempos lhe
dei, e por isso me lembrei dela. Fazemos coisas estúpidas, tentamos esquecer e
depois vem um azar qualquer e trás tudo à memória.
Quanto à flor, o destino desta não foi
muito diferente do destino da outra.
sexta-feira, 1 de abril de 2016
A verdade em dia de mentiras
Quando te digo que gosto de ti estou não só
a dizer a verdade como inclusivamente a mentir-te. Porque aquilo que eu digo e
aquilo que tu entendes são coisas opostas e coexistentes ao mesmo tempo, com
tanto de verdade como de mentira.
Quando me respondes estás verdadeiramente a
contar-me a tua mentira, na qual esperas que eu acredite.
E eu acredito, porque desconfio que não há
outra.
No silêncio das palavras nunca ditas ecoam
os pensamentos. Os pensamentos fazem muito barulho, sabes? Daquele barulho que
não se ouve. E é no vazio das respostas que não recebemos que ganhamos ânimo
para seguir em frente.
Porque a vida muda mais rápido que a
velocidade do som, e no futuro, lá bem adiante, chegarão as respostas à
perguntas que ainda não fizemos.
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